Arrocho tem levado a manifestações e greves em diversos países da União Europeia (CGT)

O aumento do custo de vida impacta cerca de 90% da população residente nos Estados-membros da União Europeia (UE), assinala o estudo Eurobarómetro divulgado na quinta-feira (12) no site do Parlamento Europeu.

“O aumento dos preços, inclusive de energia e alimentos, é sentido em todas as categorias sociodemográficas, como sexo ou idade, bem como em todos os níveis educacionais e socioprofissionais”, diz a pesquisa, mostrando que quase todos os entrevistados na Grécia (100%), Chipre (99%), Itália e Portugal (98% em cada) expressaram suas preocupações a esse respeito.

“A segunda preocupação mais mencionada com 82% é a ameaça de pobreza e exclusão social, seguida pelas alterações climáticas e o alastramento da guerra na Ucrânia a outros países igualando-se em terceiro lugar com 81%”, indica o trabalho.

“As pessoas estão compreensivelmente preocupadas com o aumento do custo de vida, à medida que mais e mais famílias lutam para sobreviver. Agora é hora de decisão; de controlar nossas contas, reduzir a inflação e fazer nossas economias crescerem. Devemos proteger os mais vulneráveis em nossas sociedades”, declarou a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.

O estudo mostra que os inquiridos querem que o Parlamento Europeu se concentre na luta contra a pobreza e a exclusão social (37%). Seguem-se a saúde pública (34%), a luta contra as alterações climáticas (31%) e o apoio à economia e à criação de novos postos de trabalho (31%) por ordem de relevância.

O estudo Eurobarómetro não se refere ao problema, mas a Rússia já havia previsto que as sanções contra o país – que vão pelo nono pacote – só agravariam os problemas econômicos dentro do bloco.

“O pacote atual, o nono, terá o mesmo efeito que os anteriores: um agravamento dos problemas sociais e econômicos na própria União Europeia”, afirmou Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em um comunicado publicado no final de dezembro último.

Ela advertiu que enquanto a UE “é incapaz de sair deste círculo vicioso” e de reconhecer “a inutilidade” de sua política antirrussa, seus habitantes já foram confrontados com “um déficit energético e uma inflação punitiva sem precedentes”, aos quais se deve acrescentar “a ameaça de desindustrialização.”

“As dolorosas consequências da política antirrussa da UE irão aumentar, e não sem a cooperação dos EUA, que é o principal beneficiário da crise de segurança no continente europeu e da ruptura das relações econômicas e comerciais entre a UE e a Rússia”, sublinhou.

Entidades empresariais da União Europeia (UE) lançaram recentemente uma carta conjunta condenando qualquer proibição de aquisição do alumínio da Rússia – segundo maior produtor mundial de alumínio depois da China – pelo risco de aniquilação da indústria de todo o bloco.

A mesma avaliação empresarial foi compartilhada pelo primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store, para quem é necessário estabelecer uma relação mais próxima com Moscou a fim de evitar uma quebradeira. “Não há nada de bom em isolar a Rússia. É alarmante que hoje tenhamos tão poucos contatos e comunicação direta com a Rússia”, declarou Store ao parlamento norueguês, enfatizando que a falta de diálogo compromete a possibilidade de se chegar a um acordo pacífico para a questão da Ucrânia, acrescentando que a atual situação política é a mais complexa desde a Segunda Guerra Mundial.

Papiro (BL)