Eleições internas da Frente Guasú de domingo (18) ajuda a união oposicionista, afirma Maidana, na foto ao lado do ex-presidente Lugo

“A unidade do Movimento Nova República, do ex-chanceler Euclides Acevedo, e da Frente Guasú, do senador Jorge Querey, candidatos à presidência e à vice da República, fortalecem as bandeiras patrióticas no Paraguai. Com propostas mais vinculadas aos interesses nacionais, a soma de forças nos possibilitará superarmos o atual estágio de uma economia agroexportadora, retardatária em termos industriais, para a de um país desenvolvido, com justiça e emprego”

A avaliação é do dirigente popular e líder do partido Força Comum, Nelson Maidana, para quem “as eleições internas que ocorrerão no próximo domingo (18) são o primeiro passo para consolidar a integração oposicionista entre as forças progressistas definindo candidatos e propostas”. A Força Comum integra a Frente Guasú, do ex-presidente Fernando Lugo.

As disputas primárias serão realizadas durante reuniões internas simultâneas para as quais 4.832.186 pessoas se encontram habilitadas a votar, segundo dados do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE). Ao todo, são 43 organizações políticas que escolherão seus candidatos a presidente, vice-presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais tendo em vista as eleições gerais de 30 de abril de 2023.

Na verdade, explica Maidana, no país, a experiência dos movimentos de esquerda é bem recente em termos eleitorais, pois foi subjugado durante 45 anos pela ditadura ultradireitista de Alfredo Stroessner (1954-1989). “A experiência iniciou em 2008 com a vitória do presidente Lugo. Foi quando nos demos conta de que era possível acumular forças e ocupar espaços de poder”. “A partir daí, o movimento avançou, mas, infelizmente, houve uma grande dispersão e então passamos a acumular derrotas. Hoje há consciência da importância da construção de um partido forte, de superarmos obstáculos sectários, muitas vezes infantis. Para esse avanço estamos trabalhando um grupo de jovens da Frente Guasú, porque as necessidades nacionais são muito maiores do que interesses isolados”, acrescentou.

Candidato nas prévias a uma das cadeiras no parlamento federal, Maidana acredita, como liderança do Alto Paraná, que o atual processo de luta é também “um momento de aprendizagem”, sendo imprescindível redobrar a atenção à juventude, “um dos setores mais prejudicados pelo atual modelo excludente”.

“A realidade é que cerca de 80% dos empregos estão em pequenas e médias empresas, que não recebem apoio do governo, enquanto o restante, notadamente o setor agrícola, químico-farmacêutico e o de transporte fluvial – temos uma das maiores frotas do mundo –, que gera apenas 20% dos empregos, é agraciado com farto crédito econômico. Não por acaso é também um dos maiores protagonistas da corrupção existente no país e que envolve diretamente o governo”, denunciou.

Outro problema, alertou Maidana, é que na Cidade do Leste, na fronteira com o Brasil, há muitas “maquiladoras” – empresas que desenvolvem sua produção com matérias-primas estrangeiras importadas sem pagar taxas alfandegárias, e depois exportam sua fabricação para o país de origem dessas matérias-primas – “de têxteis, cigarros e autopeças, vendendo barato também com base na superexploração da mão-de-obra, nas longas jornadas e baixos salários”. Para isso, ressaltou, “é que não permitem a sindicalização, mesmo estando prevista na Constituição, perseguem as lideranças, e demitem até os amigos dessas pessoas, mesmo que nada tenham a ver com qualquer proposta de entidade, tudo por temor a que venham lutar por seus direitos”.

“É contra esse atraso que estamos nos mobilizando, para que a partir de abril de 2023 tenhamos um governo que atenda os interesses do país e não mais de uma casta”, concluiu Maidana.

Papiro

(BL)