Legenda: Putin chama Ucrânia a reconhecer a realidade no Donbass (Sputnik)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reiterou no último domingo (25) que seu governo permanece aberto a dialogar com a Ucrânia, acrescentando que é Kiev quem se recusa a negociar, apostando no caminho do confronto.

Para Putin, a Ucrânia deveria “reconhecer a realidade no terreno”, incluindo o novo status das regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporozhye que se decidiram por se tornarem partes integrantes da Rússia. Isto através de plebiscitos com votação amplamente majoritária dos seus cidadãos a favor da integração. Os plebiscitos foram avalizados por observadores internacionais.

Tais são, reafirmou Putin, pré-requisito para qualquer negociação de paz.

A proposta do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, de realizar uma “Cúpula da Paz Global” sem a participação de Moscou, sob os auspícios da Organização das Nações Unidas (ONU), caiu no ridículo. A ideia, abraçada pelo ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, de realizar o evento até o final de fevereiro para marcar o primeiro aniversário do confronto militar, se mostrou sem qualquer fundamento.

“Se você tentar combinar essas duas notícias, elas se excluem mutuamente. Que ‘Cúpula da Paz’ poderia ocorrer sem a participação do nosso país?”, questionou o representante da Rússia na ONU, Dmitry Polyansky, frisando que tal acontecimento seria simplesmente impossível

No entanto, ironizou Dmitry, não é difícil imaginar tal evento ocorrendo sem a Ucrânia. O país vizinho cada vez mais se comporta como um instrumento de guerra a serviço dos Estados Unidos e dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

ONU QUER NEGOCIAÇÕES COM TODAS AS PARTES

O próprio gabinete do secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar pronto para mediar as negociações, mas apenas se todas as partes concordarem com isso, o que, evidentemente, não é o caso na ‘proposta’ ucraniana. Nesta semana, após uma visita de Zelensky aos EUA para implorar mais armas e dinheiro, a indústria da guerra injetou mais US$ 1,8 bilhão e uma bateria antiaérea

Agindo como marionete dos EUA, Kuleba também tentou impor condições com cheiro e rastro de Pentágono para postergar o fim do conflito. Disse que, antes da Rússia ser autorizada a se sentar à mesa de negociações, deveria enfrentar um “Tribunal Internacional” e ser processada pelos supostos crimes de guerra cometidos. Tamanhos disparates, que fecham o espaço para o diálogo, asseverou o diplomata russo, são uma demonstração de que Kiev vive “um cenário de pesadelo” do qual não sabe como fugir.

Dmitry Polyansky respondeu uma a uma as provocações de Kiev, entre elas a de que a Rússia havia se tornado membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas e da própria ONU “ilegalmente”, qualificando tais declarações como “absurdas”, às quais ninguém leva a sério.

As propostas de Moscou para a assinatura do acordo são bem conhecidas: ou a Ucrânia as cumpre para seu próprio bem ou a questão será decidida no campo de batalha, enfatizou o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

“Nossas propostas são bem conhecidas do inimigo: a desmilitarização e desnazificação dos territórios controlados pelo regime, a eliminação das ameaças à segurança da Rússia que emanam de lá, incluindo nossas novas terras”, frisou Lavrov, acrescentando que “a bola está do lado do regime ucraniano e Washington está por trás dele” e pondo um ponto final da conversa fiada de Kiev.

O ministro de Relações Exteriores destacou que não há nada de complexo a ser analisado. “O ponto é simples: cumpra-o para o seu próprio bem. Caso contrário, a questão será decidida pelo exército russo”.

Papiro

(BL)