Flávio Dino (PSB), futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, afirmou que “todos os procedimentos” relativos à posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) serão “reavaliados” visando o “fortalecimento da segurança”. A declaração foi dada no sábado (24) após a ameaça de um atentado a bomba provocado por um militante bolsonarista em Brasília.

“Tudo vai ser revisto, tudo repassado, passo a passo, para fortalecer a segurança do presidente e da posse. Estamos diante de um fato novo muito grave, envolvendo um homem com fuzis e bombas, que afirma não ter agido sozinho”, disse à Folha de S. Paulo.

De acordo com Dino, os horários e as programações dos shows serão revisados e podem sofrer mudanças, assim como o próprio trajeto que Lula fará na Esplanada dos Ministérios. “Estamos em outro patamar, de terrorismo”, alertou o futuro ministro, que já havia garantido, em suas redes sociais, que a posse aconteceria em segurança.

Ainda à Folha, o futuro ministro afirma que uma linha de investigação é saber se houve financiamento para que o autor do quase-atentado, George Washington de Oliveira Sousa, adquirisse o arsenal apreendido. “Ele diz que é gerente de posto e investiu R$ 160 mil em armas. Quem pagou essa conta?”.

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Segundo os investigadores, o empresário bolsonarista de 54 anos viajou do Pará à capital para participar das manifestações em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). No apartamento no Sudoeste, área central de Brasília, foi encontrado um arsenal. À polícia, ele confessou que tinha a intenção de detonar o artefato no aeroporto.

Pelo Twitter, Dino disse ainda que “os graves acontecimentos” em Brasília “comprovam que os tais acampamentos ‘patriotas’ viraram incubadoras de terroristas” e que medidas “estão sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível. O armamentismo gera outras degenerações. Superá-lo é uma prioridade”.

Na publicação, ele reiterou o “reconhecimento à Polícia Civil do DF, que agiu com eficiência. Mas, ao mesmo tempo, lembro que há autoridades federais constituídas que também devem agir, à vista de crimes políticos. As investigações sobre o inaceitável terrorismo prosseguem. O delegado Andrei, futuro Diretor Geral da PF, tem feito o acompanhamento, em nome da equipe de transição. Não há pacto político possível e nem haverá anistia para terroristas, seus apoiadores e financiadores”, disse.

Dino afirmou ainda que vai propor que o Procurador Geral da República e o Conselho Nacional do Ministério Público formem grupos especiais para ‘combate ao terrorismo e ao armamentismo irresponsável’. “O Estado de Direito não é compatível com essas milícias políticas”, completou.

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com informações de agências