Susan DeCarava, líder do sindicato dos comunicadores de Nova Iorque, fala diante do NYT em Manhattan (Jeenah Moon/NYT)

A paralização do jornal novaiorquino ocorreu nesta quinta-feira (8), após o fracasso das negociações entre o sindicato e a direção do jornal sobre aumento salarial e o regime de teletrabalho, na primeira greve com essas características no jornal em mais de 40 anos.

Já na semana passada, membros da redação e outros filiados ao sindicato The New York Times Guild advertiram que mais de 1.100 funcionários fariam uma paralisação de 24 horas a menos que os dois lados chegassem a um acordo contratual, afirmando que estão fartos da negociação que se arrasta desde que seu último contrato expirou em março de 2021.

Na noite de quarta-feira, o sindicato informou que um acordo não havia sido alcançado e que a paralisação aconteceria. “Vamos parar na quinta-feira”, afirmou Stacy Cowley, repórter de finanças e representante do sindicato. “Ainda há um abismo muito grande entre nós, tanto economicamente quanto em outras questões”, assinalou

E a organização dos jornalistas tuitou nesta quinta-feira de manhã que os trabalhadores “estão oficialmente em paralisação, a primeira desta escala na empresa em 4 décadas. Nunca é uma decisão fácil se recusar a fazer o trabalho que você ama, mas nossos membros estão dispostos a fazer o que for preciso para ganhar uma redação melhor para todos”.

As negociações ocorreram mais de 12 horas até a terça-feira à noite e continuaram na quarta, mas as partes não chegaram a um acordo em questões como aumentos salariais e políticas de trabalho em casa, principais pontos do movimento, segundo a Associated Press.

O Times Guild detalhou que jornalistas, vendedores de anúncios, moderadores de comentários, assistentes de notícias, guardas de segurança e funcionários do The Times Center, local de eventos da empresa e estúdio de produção virtual, paralisaram seu trabalho.

Na indústria da mídia norte-americana não há jornais nacionais, embora os mais fortes atingem o país inteiro. Os jornalistas do Pittsburgh Post-Gazette, de propriedade da Block Communications Inc, e do Fort Worth Star-Telegram, de propriedade de McClatchy, que comanda o segundo maior grupo de jornais dos EU, estão atualmente em greves indefinidas reivindicando melhores salários e condições de trabalho.

Em 4 de novembro, mais de 200 jornalistas em 14 meios de comunicação de propriedade da Gannett, maior editora de jornais dos Estados Unidos incluindo o Desert Sun na Califórnia e a Asbury Park Press de Nova Jersey, participaram de uma greve de um dia.

Em agosto, cerca de 300 jornalistas da Thomson Reuters Corp, também representados pelo NewsGuild de Nova York, fizeram uma greve de 24 horas enquanto o sindicato negociava com a empresa um novo contrato de três anos.

Papiro

(BL)