Seul apoia caminhoneiros em greve no dia 3. Ferroviários lutam contra privatização de ferrovias. (Cheng Sung-Jun/Getty Images)

O aumento descontrolado do preço dos combustíveis levou milhares de trabalhadores sul-coreanos às ruas numa manifestação que culminou próximo à Assembleia Nacional na capital, Seul, em apoio à greve dos caminhoneiros, no sábado (3).

A Confederação Coreana de Sindicatos (KCTU) convocou a greve, exigiu ao governo que torne permanente um sistema de pagamento mínimo conhecido como Taxa de Frete Seguro, previsto para expirar até o final do ano. Denunciou ainda o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol por aplicar uma política negligente com a segurança no trabalho e facilita acidentes relacionados com o mesmo.

O governo disse que estenderá o programa Taxa de Frete Seguro – que impede o prejuízo dos caminhoneiros e dos trabalhadores das empresas de transporte por três anos -, mas rejeitou outras demandas sindicais. Em junho, uma greve não violenta de oito dias atrasou os embarques de cargas na Coreia do Sul, custando perdas de produção e entregas não realizadas que, mesmo assim, não resultaram em melhorias das condições de trabalho na décima primeira maior economia do mundo, devido à intransigência do governo neoliberal de Yoon Suk-yeol.

A central sindical que organiza o movimento deu início a 16 manifestações em todo o país na manhã da quinta-feira (1º), inclusive em um porto em Ulsan, que abriga a principal fábrica da Hyundai.

O Sindicato Solidário dos Caminhoneiros de Carga (CTSU) alertou que a greve poderá interromper o fornecimento de petróleo nas principais refinarias e o transporte nos principais portos e fábricas.

O tráfego de contêineres nos portos caiu para 40% em comparação com os níveis normais desde o início da paralisação, disse o Ministério dos Transportes, mas acrescentou que nenhum grande dano foi relatado até agora, uma vez que as empresas movimentaram os carregamentos preventivamente.

“Disseram-nos para parar de lutar e voltar ao trabalho porque as repercussões na economia são muito graves. No entanto, se você pensar ao contrário, significa que os caminhoneiros não receberam o suficiente. Apesar de sua enorme influência na economia nacionalmente não só não são reconhecidos como não têm direitos e vivem mal”, disse Han Sang-jin, porta-voz da KCTU.

Sindicatos de diversos setores, como caminhoneiros, ferroviários, metroviários e trabalhadores da educação e saúde, preparam greves de impacto nacional na próxima semana na Coreia do Sul. Reivindicam aumentos salariais, direitos trabalhistas e se mobilizam contra as privatizações do governo reacionário de Yoon Suk-yeol.

Na educação, um sindicato que reúne trabalhadores escolares subcontratados anunciou que 15.000 escolas irão parar na próxima semana. Entre as demandas estão a reforma do sistema salarial e proteções trabalhistas contra doenças ocupacionais.

Metroviários e ferroviários também anunciam que irão aderir ao movimento. O sindicato dos ferroviários planeja um protesto contra a privatização das ferrovias pelo governo Yoon Suk-yeol e ameaça entrar em greve geral caso Yoon avance com a venda das estatais

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(BL)