Sindicato reage contra declarações de Tarcísio sobre privatização da Sabesp
O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reafirmou na semana passada sua intenção de privatizar a Sabesp, como já havia dito durante a campanha eleitoral. Pelo visto, o lema do bolsonarista é iniciar o mais rápido possível o desmonte do estado de São Paulo.
“Está na hora de a gente enfrentar esse tema. Parecia um tema proibido, [mas] a gente teve coragem de colocar isso na campanha”, disse Tarcísio sobre a privatização em reunião na Associação Comercial de São Paulo, na última quinta-feira (1).
Durante a campanha, o então candidato Tarcísio de Freitas defendeu abertamente a privatização da estatal, mas, após críticas dos adversários, em especial Fernando Haddad, e intensas mobilizações contrárias dos funcionários da Sabesp, recuou e não falou mais sobre o assunto temendo perder votos.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), José Faggian, “não há nenhuma justificativa plausível para privatizar a Sabesp”. Segundo ele, a privatização da empresa vai provocar uma brutal violação de direitos, não apenas dos cerca de 13 mil trabalhadores, mas também do estado e da população.
“A Sabesp hoje é a maior empresa de saneamento da América Latina, que há mais de 20 anos não tira um real dos cofres do Estado, ao contrário: colocou vários bilhões na forma de dividendos nos últimos anos para que o governo use esse dinheiro para investir em outras áreas”, disse.
O sindicato lembra que na crise sanitária da Covid-19 a empresa promoveu a isenção de tarifas para 2,5 milhões de moradias e suspendeu o corte de fornecimento por inadimplência. Também distribuiu 6.500 caixas d’água e instalou 530 lavatórios públicos. “E se a Sabesp estiver sob o controle privado em meio a mais uma crise sanitária, qual será o valor da conta apresentada à sociedade após a crise?, questiona.
“Como empresa privada, a Sabesp visará somente a exploração econômica da lucratividade de um bem social: o direito à água tratada e ao saneamento”, diz o sindicato.
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(BL)