“Nosso gás tem procura, é barato e temos grandes reservas", diz o vice-primeiro-ministro russo (Sputnik)

A Rússia tem diversificado seus fluxos comerciais, ampliando o fornecimento de gás natural liquefeito (GNL) com principalidade nas entregas de gás canalizado para a China, transformando a Ásia em uma de suas prioridades, anunciou o vice-primeiro-ministro Alexander Novak, frisando que o país aumentou em mais de três vezes a produção de GNL.

“Se antes eram produzidas apenas 11 milhões de toneladas de GNL na Rússia, hoje já existem quatro fábricas funcionando, com uma capacidade total de 36 milhões de toneladas”, informou Novak. O dirigente condenou a tentativa de imposição do teto do preço do gás pela União Europeia (UE) como extorsão, fazendo o jogo dos Estados Unidos no quadro do apoio aos nazifascistas da Ucrânia. Para o governo russo, a decisão é “inaceitável”, o que torna necessária a adoção de “medidas” para superar o garrote sobre a economia da Rússia.

Apesar das últimas sanções da UE às exportações de energia do país, Moscou avisou que pretende desviar os fluxos comerciais para outros lugares, a fim de ampliar sua independência.

Novak destaca que, apesar das propaladas sanções, “os colegas europeus estão constantemente nos pedindo para aumentar os suprimentos”.

O vice-premiê expôs o quadro da balança comercial russa em entrevista ao canal Rússia24, destacando particularmente a gigantesca infraestrutura já existente, como os gasodutos TurkStream (Corrente Turca) ou Blue Stream (Corrente Azul).

Mas o fato é que, dado o atual “clima político” imposto pelos EUA e seguido pela UE, cabe a Moscou aproximar-se de outros países, a fim de redirecionar os suprimentos, já que “o nosso gás tem procura, é barato, temos grandes reservas e vamos desenvolver essas áreas”.

Conforme o governo russo, em apenas três anos, a Rússia planeja aumentar a produção de GNL para 60 milhões de toneladas anuais e, logo em seguida elevará para 100 milhões de toneladas, almejando chegar a quase dez vezes a produção de antes das sanções.

Novak também recordou que, ao lado da ampliação do fornecimento, através do gasoduto Power of Siberia (Força da Sibéria), a Rússia e a China têm um acordo para iniciar já a construção de infraestrutura de gás com capacidade para fornecer dez milhões de toneladas adicionais anualmente.

Papiro

(BL)