carmópolis (reprodução internet)

O governo Bolsonaro concluiu na última terça-feira (20) a venda da totalidade de participações da Petrobrás no conjunto de 11 concessões de campos terrestres de produção de óleo e gás e suas instalações integradas, situadas no Estado de Sergipe, denominados de Polo Carmópolis, para a Carmo Energy – uma subsidiária da empresa Cobra IS, que pertencente a francesa VINCI Energies.

Carmópolis é o maior campo terrestre do Brasil e o mais antigo de Sergipe, com início da produção em 1963. São quase 3.000 poços em operação. São 17 estações de tratamento de óleo, uma estação de gás em Carmópolis, aproximadamente 350 km de gasodutos e oleodutos, além das bases administrativas de Carmópolis, Siririzinho e Riachuelo.

A venda havia sido firmada em 23 de dezembro de 2021 pelo valor de US$ 1,1 bilhão, sendo US$ 275 milhões como sinal, US$ 550 milhões no fechamento da transação, e o restante (US$ 275 milhões) após o fechamento de 12 meses. Na terça-feira (20), a direção da Petrobrás informou aos acionistas que concluiu o negócio.

O Polo é composto pelos campos de Carmópolis, Aguilhada, Angelim, Aruari, Atalaia Sul, Brejo Grande, Castanhal, Ilha Pequena, Mato Grosso, Riachuelo e Siririzinho, que produziram em média 7,6 mil barris de óleo por dia e 43 mil m3/dia de gás, de janeiro a novembro de 2021.

No comunicado de venda dos ativos, a diretoria da Petrobrás destacou que é um “pólo independente com alto nível de autonomia de operação, considerando a inclusão da infraestrutura de tratamento, escoamento, armazenamento e transporte de petróleo”.

Além dos campos, o governo Bolsonaro entregou para a Carmo Energy a infraestrutura de processamento, escoamento, armazenamento e transporte de petróleo e gás natural, além do Pólo Atalaia, no qual está contido o Terminal Aquaviário de Aracaju (Tecarmo), e o oleoduto Bonsucesso-Atalaia, que escoa a produção de óleo de Carmópolis até o Tecarmo.

Para o Sindipetro-AL/SE, a justificativa apresentada pelo governo, segundo a qual a Petrobrás tem que concentrar seus recursos em ativos de águas profundas e ultraprofundas, esconde a real motivação de Bolsonaro e seu asseclas de levar o país à condição de “mero exportador de matéria-prima e commodities”.

“Para implementar esta política de transformar a Petrobrás em mero exportador de óleo cru, Bolsonaro vende os campos terrestre e de mar, as refinarias e equipamentos, dilapidando o patrimônio público nacional”, denunciou o sindicato.

Os petroleiros afirmam, ainda, que esta política “levará a um empobrecimento maior do Nordeste e outras regiões do país”.

“Esta localização do Brasil no ‘tabuleiro mundial’ obriga o país a se desindustrializar, o que ocorre desde os anos 8O. Todos os governos anteriores contribuíram, mas no governo Bolsonaro e Paulo Guedes este processo avançou numa velocidade nunca vista. E a venda do Polo Carmópolis e outros ativos são parte do plano de destruição da Petrobrás e da indústria nacional”, destacou o Sindicato que é filiado à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

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(BL)