Peruanos tomam as ruas defendendo eleições gerais imediatas (divulgação)

Dina Boluarte, empossada na última quarta-feira (7) após o fracassado golpe de Pedro Castillo e que era sua vice-presidente, propôs que as eleições sejam antecipadas para abril de 2024, gerando uma onda protestos por todo o Peru, com milhares de manifestantes exigindo eleições já.

“Nos próximos dias enviarei ao Congresso um projeto de Lei de Antecipação das Eleições Gerais para abril de 2024, a fim de que seja acordado com as forças políticas representadas no Parlamento”, declarou a presidenta.

Boluarte explicou que o Executivo também articularia com o Legislativo para que seja aprovada uma lei de reforma do sistema político, permitindo “que todos os peruanos tenham um sistema de governo democrático mais eficiente, transparente e participativo, livre de toda prática de corrupção”.

“Assumi a presidência em um cenário de crise política que exige sérias reformas institucionais. Governar significa representar os interesses de todos os peruanos e dos que têm menos. Meu dever como presidente neste momento difícil é interpretar, ler e coletar as preocupações da grande maioria dos peruanos, o interesse coletivo da Nação, o compromisso com a Pátria”, ressaltou.

Apesar do discurso de conciliação e diálogo, a presidente decidiu declarar Estado de Emergência “nas zonas de elevado conflito social”, sem especificar em quais regiões essa medida seria aplicada nem por quanto tempo.

Enquanto isso, as manifestações se multiplicam por todo o país, com inúmeros confrontos e ao menos seis mortos, inclusive com manifestantes assassinados com bala na cabeça, o que levou a que várias ministros recém-empossados pedissem demissão.

A pressão redobrada fez com que a própria Mesa Diretora do Congresso reconhecesse que irá se reunir na próxima quarta-feira (14) para incluir na ordem do dia a proposta de antecipação das eleições gerais já para 2023, como defendem os movimentos sociais e partidos progressistas.

Aprovada em 1º de dezembro na Comissão de Constituição e Regulamentação do Congresso, a medida esclarece que tanto o mandato da presidência quanto dos parlamentares precisa terminar em meados do próximo ano e estipula que as eleições gerais devem ser realizadas no prazo máximo de quatro meses, a contar da publicação da lei.

Papiro

(BL)