Militante do MST é assassinado em Araguatins (TO) 
Na madrugada desta terça-feira (13), o militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Tocantins, Raimundo Nonato Oliveira, conhecido como “Cacheado”, foi assassinado a tiros por dois homens, em sua casa, na cidade de Araguatins.
Segundo o MST, “tanto o Movimento como o próprio Cacheado sempre foram criminalizados e perseguidos pelos latifundiários, grandes grileiros de terra públicas na região do Bico do Papagaio. Estes, por diversas vezes, entre os anos de 2000 a 2015, tentaram assassinar Cacheado. Porém, ele conseguiu sobreviver às tentativas”.
De acordo com o site Brasil de Fato, “movimentos ligados à luta pela terra no estado suspeitam que o crime tenha participação de uma milícia rural paga por grileiros de terras. Cacheado teve o pai assassinado por pistoleiros, antes de se tornar líder do acampamento sem terra Alto da Paz em Araguatins (TO), localizado na fazenda Santo Ilário, área reivindicada para reforma agrária.
Cacheado começou sua militância muito jovem nas comunidades Eclesiais de Bases, participando da Pastoral da Juventude Rural-PJR/CPT. Nos anos 2000, ingressou no MST, contribuiu com movimentos sindicais e partidos políticos, como PT, PCdoB e PSOL.
Conflitos ligados à disputa pela terra aumentaram com a chegada de Bolsonaro ao poder e seu estímulo à violência, ao uso de armas e a permissividade em relação às ações de grileiros, garimpeiros e do agronegócio.
Conforme relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 2021 os assassinatos no campo cresceram 75% na comparação com o ano anterior: foram 35 casos contra 20, a maior parte formada por indígenas, sem-terra, posseiros e quilombolas.
Além disso, ainda de acordo com a CPT, em três anos de governo Bolsonaro, entre 2019 e 2021, houve 5.725 conflitos no campo, o maior número de todos os governos em toda a série histórica, iniciada em 1985.