Mais de 56 milhões de pessoas passam fome na América Latina e Caribe
A fome na América Latina e no Caribe afeta ao menos 56,5 milhões de pessoas, alerta relatório feito pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e Programa Mundial de Alimentação (PMA). O número aumentou em 13,2 milhões entre os anos de 2019 e 2021.
Outro dado preocupante é que a insegurança alimentar afetou 40,6% da população dessas duas regiões, o que corresponde a 267,7 milhões de pessoas foram afetadas. São 62,5 milhões a mais do que em 2019.
Além dos desdobramentos da pandemia e de crises passadas, a guerra na Ucrânia também é apontada como um dos elementos geradores dessa situação. De acordo com o documento, lançado na terça-feira (6), “o aumento da inflação alimentar e da pobreza extrema é um dos fatores que aumentam a insegurança alimentar e a fome”.
Mario Lubetkin, representante regional da FAO, destacou que “a fome aumentou 30% na região entre 2019 e 2021. A alta dependência da importação de fertilizantes e a variação dos preços dos alimentos têm um impacto negativo e inevitável nos meios de subsistência, principalmente da população rural, e no acesso a uma alimentação saudável”.
No Brasil, segundo relatório da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), há 33 milhões de pessoas enfrentando um quadro de insegurança alimentar grave.
De acordo com o IBGE, no ano passado, as crianças de até 14 anos em situação de pobreza aumentou de 17 milhões para 20,3 milhões. A alta de 2020 para 2021 foi de 19,3% (ou 3,3 milhões a mais).