A greve geral da Itália na sexta e sábado (2 e 3) parou transportes e setores de educação e saúde. (ifinanza.it)

A União Sindical de Base (Unione sindacale di base – USB) da Itália, com o apoio de partidos políticos e diversas organizações sociais, mobilizou os trabalhadores para dois dias de greve geral no país, na sexta e sábado (2 e 3), em repúdio às medidas econômicas do governo da primeira-ministra Giorgia Meloni.

No comunicado publicado pela USB, os sindicatos exigem do governo de extrema direita a renovação dos contratos e o reajuste automático dos salários, de acordo com a “inflação real”, a introdução por lei de um salário mínimo, o congelamento do aumento do custo da energia, redução da jornada de trabalho, investimento econômico em escolas, saúde e transporte públicos e garantia salarial para desempregados e subempregados e ainda “o congelamento dos gastos militares, suspender o envio de armas e ajuda financeira à Ucrânia e repudiar a adesão à cruzada euro-atlântica de sanções contra a Rússia”.

O ato principal realizado em Roma, começou na Piazza della Repubblica, no centro da capital italiana, mas também estavam programadas manifestações em diversas cidades do país.

“O Governo deveria ter atuado para melhorar os salários baixos, as aposentadorias mínimas, reintroduzido maior progressividade fiscal, reforçado as redes de segurança social e congelando os preços de itens de necessidade básica. Em vez disso, fez exatamente o oposto”, afirma o comunicado. Em outubro, a inflação interanual chegou a 8,9%.

A USB afirma que “as intervenções nas pensões têm sido insignificantes, enquanto as classes mais abastadas continuam a ser favorecidas também através de impostos subsidiados, introduzindo as primeiras amostras de um futuro imposto de tipo único que as favorece”.

Os sindicatos afirmam que o projeto de orçamento enviado pelo governo de Meloni ao Parlamento “parece mostrar uma continuidade do governo anterior de (Mario) Draghi, parece ter sido ditado sob a supervisão dos ministros do governo anterior e dos comissários da União Europeia”

Os manifestantes denunciaram que neste cenário não há possibilidade de sobrevivência, alertando que muitas empresas estão à beira da falência.

As cidades de Roma (norte), Milão (norte) e Palermo (sul) sofreram atrasos significativos e cancelamentos da circulação de ônibus, bondes e do serviço de metrô. O protesto também afetou os setores de educação, saúde e coleta de lixo.

Em novembro passado, os sindicatos, trabalhadores e empresários saíram às ruas de Palermo para exigir ações para frear a alta dos preços, que qualificam de absurda, especulativa e irracional.

Papiro

(BL)