Hungria quer suspensão das sanções contra Rússia que prejudicam a Europa
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, pediu uma reconsideração das sanções impostas contra a Rússia por conta do conflito com a Ucrânia, ressaltando que tais medidas prejudicam mais a economia europeia, enquanto os EUA se beneficiam disso.
Ao mesmo tempo, ele alertou sobre a ameaça à indústria europeia imposta pela nova Lei de Redução da Inflação (IRA), sancionada pelo governo Biden, que envolve cerca de US$ 370 bilhões em subsídios para produtos norte-americanos de energia renovável.
Anteriormente, o chanceler húngaro, Peter Szijjarto, já havia denunciado que Washington toma medidas que “causam suspeitas de violação das regras que regem a economia mundial” em referência à mesma IRA. “O movimento da economia europeia em direção à recessão é uma boa notícia para a economia norte-americana e parece que os EUA conseguiram se beneficiar disso”, asseverou, citado pela mídia local.
A União Europeia vive uma crise energética devido aos elevados preços do gás, derivados das sanções de Bruxelas ao combustível da Rússia a pretexto do conflito na Ucrânia, fomentado pela Casa Branca.
O boicote ao gás da Rússia desencadeou uma disparada nos preços das faturas de eletricidade, com graves consequências para o conjunto das economias europeias. As medidas restritivas também estão acelerando ou aumentando os preços dos demais combustíveis, além dos alimentos.
Orbán elogiou uma entrevista recente com o presidente francês na qual ele falou sobre como o conflito na Ucrânia tem causado tensões nas relações entre os EUA e a UE.
“O presidente Macron tem certeza: o custo da guerra entre a Rússia e a Ucrânia não é o mesmo em ambos os lados do Atlântico. Se queremos que a indústria europeia sobreviva, devemos resolver rapidamente o problema da crise energética europeia. É hora de reavaliar as sanções”, escreveu Orbán em sua conta no Twitter.
Macron insistiu em entrevista ao canal CBS de televisão, na segunda-feira (5), que o custo do conflito entre a Rússia e a Ucrânia não é o mesmo em ambos os lados do Atlântico, lembrando que a Europa é compradora de gás e petróleo, enquanto os EUA são produtores e lucram com a situação.