Correios - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente dos Correios, Floriano Peixoto, que fica no cargo até dia 31 de dezembro, anunciou um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para janeiro, mesmo com expectativa de lucros da estatal de R$ 1,5 bilhão para esse ano.

A decisão foi criticada por Paulo Bernardo, coordenador do grupo técnico de Comunicação da equipe de transição do governo Lula, que afirmou que a decisão deve estar a cargo da nova gestão. “Se você não vai realizar [o plano de demissão voluntária], deixa a nova diretoria assumir”, afirmou Paulo Bernardo, de acordo com informação do portal Uol.

No comando da estatal por apenas mais dez dias, Floriano Peixoto quer impor ao novo governo o planejamento de Bolsonaro e sua trupe, com o argumento de que o PDV obedece a um “planejamento”, iniciado este ano. Para Bernardo, ex-ministro do Planejamento na segunda gestão Lula e das Comunicações no governo Dilma Rousseff, é o novo governo quem deve planejar a reestruturação da empresa e decidir sobre possíveis desligamentos.

Em 2021, a estatal registrou o melhor resultado dos últimos 22 anos com lucro de R$ 3,7 bilhões. Com isso, os Correios pagaram R$ 260 milhões de dividendos ao Tesouro Nacional. Ainda assim, o governo Bolsonaro tentou emplacar um projeto de privatização da empresa, mas, diante de forte reação social, a proposta não chegou a avançar no Congresso.

Ainda de acordo com a equipe de transição do governo, a recomendação é interromper qualquer processo de privatização dos Correios “logo na saída”, no início do novo mandato de Lula.

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(BL)