Eletrobrás - Reprodução-Sintec-RS

O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) – entidade que congrega 34 sindicatos, 7 federações e 4 associações que representam os 12 mil trabalhadores da Eletrobrás em todo o país – entregou um documento ao gabinete de transição de Lula em que pede a reestatização da empresa.

Durante a reunião, que contou a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o coordenador do Gabinete de Transição de Transição, Aloizio Mercadante, a coordenadora do CNE, Fabíola Antezana, defendeu que “o controle do setor elétrico deve ser devolvido ao povo brasileiro”.

“Expusemos para a presidenta Gleisi que a conta da desregulação no setor elétrico é sempre paga pelo consumidor e impacta na inflação, no desempenho da indústria, no consumo das famílias. Nesse sentido, é preciso desfazer alguns nós, como a descotização de usinas e contratação de térmicas oriundas da privatização da Eletrobras”, afirmou Fabíola após a reunião.

O diagnóstico apresentado pelo coletivo, entre outras questões, aponta uma dívida herdada de R$ 500 bilhões no setor elétrico, sendo R$ 19 bilhões somente de Furnas, resultante da incorporação da Santo Antônio Energia, que detém a usina hidrelétrica homônima em Rondônia.

Fabíola apontou ainda a preocupação do coletivo com quem será o indicado como novo ministro de Minas e Energia.

“Diante de tantos nomes especulados, a maior preocupação é que o nome escolhido para a pasta tenha compromissos com a expansão do setor elétrico brasileiro de forma sustentável e com presença relevante do Estado para que o Brasil retome o caminho do desenvolvimento”, disse.

Decisões que estão prestes a serem votadas pelo Conselho Diretor da Eletrobrás, como o reajuste dos salários dos executivos da empresa, também preocupam os representantes dos trabalhadores.

“Absurdos como os reajustes de remuneração da alta cúpula da Eletrobras, que extrapolam os 3.700%, estão sendo decididos a toque de caixa, com omissão do governo Bolsonaro. Neste contexto, a União, na condição de maior acionista da Eletrobras, sequer indicou representantes no conselho de administração da empresa no pós privatização”, afirmou o coordenador Nailor Gato.

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(BL)