Ministro do Comércio da Coreia do Sul, Dukgeun Ahn, quer unidade contra concorrência desleal dos EUA. (divulgação)

Seul e Bruxelas devem coordenar suas respostas a um pacote de subsídios em larga escala adotado pelos EUA, disse o ministro do Comércio sul-coreano, Dukgeun Ahn, na sexta-feira (9).

O pacote de subsídios de Washington, no valor de US$ 430 bilhões, para carros elétricos e baterias produzidos nos Estados Unidos, adotado pelo Congresso norte-americano, merece uma resposta rápida, eficiente e integrada com a União Europeia (UE), defendeu o ministro do Comércio sul-coreano, Dukgeun Ahn.

A medida dos EUA oferece incentivos fiscais generosos às suas empresas que investirem em energia limpa e subsídios significativos para veículos elétricos domésticos, baterias e projetos de energia renovável, configurando concorrência desleal.

Sob a alegação de proteção climática e investimento social, e concebido com o pomposo nome de “Lei de Redução da Inflação” (IRA), o pacote deixará os fabricantes sul-coreanos e europeus em desvantagem, alertou o ministro em entrevista à Euractiv .

Diante da ação unilateral impositiva e restritiva imposta pelo Congresso dos EUA em agosto, defendeu Ahn, é necessário trabalhar unitariamente para construir a resposta a essa política dos EUA baseada na concorrência desleal.

Na avaliação da União Europeia, o pacote viola as regras da concorrência ao oferecer abertamente incentivos para compradores de veículos elétricos estadunidenses, em detrimento dos demais.

“Temos muito espaço para a UE e a Coreia trabalharem juntas e tornarem o sistema [IRA] mais compatível com a Organização Mundial do Comércio (OMC), de modo a não causar problemas desnecessários para partes estrategicamente importantes da nossa indústria”, avalia Ahn.

Para o ministro sul-coreano, seria muito importante que o governo dos EUA atuasse “para minimizar o impacto discriminatório” causado pelo IRA. “Caso fique óbvio que eles não podem fazer nada ou se não mostrarem vontade de trabalhar conosco para encontrar uma solução adequada, teremos que encontrar outra alternativa”, acrescentou o ministro sul-coreano.

Em resposta às medidas unilaterais estadunidenses, a presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já havia proposto uma “ação” e a ampliação do apoio estatal às suas próprias empresas.

O chefe do Comitê de Comércio do Parlamento Europeu, Bernd Lange, enfatizou que “a UE deveria entrar com uma ação na OMC contra a lei norte-americana”.

Papiro

(BL)