Vice-primeira-ministra Sun Chunlan esclarece as medidas para atender reclamos por alivio de restrições no combate à Covid (Arquivo)

Em discurso à Comissão Nacional de Saúde da China na quinta-feira (1º), a vice-primeira-ministra Sun Chunlan chamou a otimizar a resposta ao Covid-19 e levar à frente as “novas tarefas na prevenção e controle da epidemia”, após assinalar que o país está enfrentando “uma nova situação” à medida que “a patogenicidade do vírus ômicron enfraquece, mais pessoas são vacinadas e a experiência em conter o vírus é acumulada”.

“Depois de quase três anos lutando contra a epidemia, o sistema médico e de saúde de nosso país resistiu ao teste”, destacou Sun. Desde o dia 11 de novembro, as “20 medidas”, com atualização e flexibilização de procedimentos, estão em vigor, mas sua implementação vinha sofrendo de muitas limitações e equívocos, o que os recentes protestos contra excessos na contenção ao vírus só fizeram realçar.

A ordem é “otimizar” esses procedimentos, com uma “abordagem humana” e que permita encontrar um melhor equilíbrio entre o controle do Covid-19 e garantir a vida normal das pessoas e seus meios de subsistência. Como exemplo, a permissão de quarentena domiciliar para alguns grupos de risco, o que também alivia a pressão sobre recursos hospitalares já sobrecarregados.

Segundo Mi Feng, porta-voz da Comissão Nacional de Saúde (NHC), é necessário “um julgamento preciso das regiões de risco, com base em testes e investigação epidemiológica, e o gerenciamento antiepidêmico deve ser suspenso em tempo hábil para minimizar os inconvenientes causados pela epidemia às pessoas”.

Cheng Youquan, da administração nacional da prevenção e controle de doenças, disse que cada uma das 20 medidas otimizadas é apoiada por evidências e bases científicas suficientes. As quatro diretrizes cobrem testes de ácido nucleico, classificação e controle de regiões de risco, quarentena domiciliar para observação médica e monitoramento de saúde em casa para prevenir riscos. “Desde que os governos locais implementem rigorosamente as medidas relacionadas, podemos reduzir efetivamente o risco epidêmico”, observou.

Algumas regiões expandiram arbitrariamente a escala de áreas e pessoas sob prevenção e controle do Covid-19, e alguns locais implementaram gerenciamento de controle por longos períodos e realizaram gerenciamento estático [quarentena] sem aprovação, de acordo com Cheng. Segundo ele, o país criou grupos de trabalho especiais para retificar essas restrições supérfluas e responder aos problemas apontados pelas pessoas.

Quando alguns recursos médicos são parcialmente liberados por essas medidas otimizadas, eles podem ser focados no tratamento de casos graves e no avanço da vacinação, especialmente entre os idosos, disse Wang Guangfa, especialista em respiração do Primeiro Hospital da Universidade de Pequim, ao Global Times na quinta-feira.

A otimização delineada pelas autoridades chinesas foi descrita pelo ex-editor do Global Times, Hu Xijin, sob o título “Lockdowns em larga escala na China estão chegando ao fim”.

“A situação da prevenção e controle de epidemia na China está mudando. A vice-primeira-ministra Sun Chunlan na quarta-feira disse a patogenicidade do Omicron está enfraquecendo e que o país está diante de uma nova situação e de novas tarefas no controle e prevenção da epidemia”.

“É a primeira vez que uma autoridade chinesa faz tal afirmação. Também na quarta-feira, Guangzhou, uma grande cidade no sul, anunciou o levantamento dos lockdowns e a reativação de alguns restaurantes. Ao mesmo tempo, Pequim reduziu o alcance dos testes de PCR e levantou todas as áreas temporiamente controladas.”

“A China está virando a página em larga escala. Eu acredito que em poucos dias a maioria das áreas sob lockdown através da China serão reabertas e a economia começará a se recuperar, sob as novas políticas de prevenção de epidemias. Isso leva tempo, mas o processo de recuperação não será interrompido pela epidemia de novo”.

“Conforme os lockdowns estão chegando ao fim, o maior fator que está levando o público ao descontentamento será eliminado”.

‘20 MEDIDAS’ AVANÇAM

As regiões começam a responder à convocação para adequar a política anti-Covid. As autoridades de Urumqi – cidade onde ocorreu o incêndio que serviu de estopim para os protestos – anunciaram que o transporte público e voos serão retomados gradualmente. As atividades de produção relacionadas ao sustento das pessoas em áreas de baixo risco já foram liberadas.

Em Pequim, foi ordenado que a quarentena fosse encerrada em complexos residenciais elegíveis e os supermercados atingidos por vírus passam a reabrir após um dia de fechamento (para desinfecção). Vários centros comerciais também anunciaram que vão reabrir a partir de quinta-feira, devendo os visitantes apresentar um resultado negativo do teste de ácido nucleico realizado até 48 horas à entrada.

Os residentes de Pequim que não participam de atividades sociais – como idosos, trabalhadores em home office e alunos em aula remota – não precisam mais passar por testagem comunitária de PCR se não precisarem sair de casa. Também foi colocado em operação um aplicativo para testes de antígenos da Covid-19 com cursos para orientar as pessoas sobre como fazer os próprios testes. Segundo a Xinhua, foi expressamente proibida a prática de trancar portões de condomínios residenciais em quarentena.

Em Xangai, 24 distritos antes descritos como áreas de alto risco foram liberados de medidas de lockdown. Os distritos de Guangzhou, capital da província de Guangdong, no sul da China, emitiram na quarta-feira avisos sobre a otimização de medidas anti-Covid, incluindo o levantamento de restrições temporárias, o ajuste da classificação das regiões de risco e a retomada das aulas presenciais. Todas as áreas, exceto aquelas designadas de alto risco, agora são classificadas como áreas de baixo risco ou sujeitas a medidas de controle regulares.

Algumas áreas em Guangzhou também retomaram os serviços de jantar, e os residentes só precisam mostrar seu código de saúde e não precisam apresentar relatórios de teste de ácido nucleico negativo ao entrar em alguns shoppings.

As autoridades de Shenzhen disseram na quarta-feira que os contatos próximos devem ser colocados em quarentena centralizada em princípio, e aqueles que atendem às condições para quarentena doméstica podem ficar em quarentena em casa.

A partir de quinta-feira, medidas diferenciadas de controle foram adotadas para a retomada ordenada da vida normal e da produção em quatro distritos, uma zona de desenvolvimento de alta tecnologia e um parque industrial em Shijiazhuang, capital da província de Hebei, no norte da China.

VACINAÇÃO DE IDOSOS

O mecanismo conjunto de prevenção e controle do Conselho de Estado emitiu na terça-feira um plano de trabalho para fortalecer a vacinação de idosos contra o Covid-19, como uma medida para reduzir o risco de doenças graves ou críticas e mortes. A China planeja acelerar a taxa de vacinação para pessoas com mais de 80 anos e continuar aumentando a taxa para pessoas com idade entre 60 e 79 anos, de acordo com o plano de trabalho.

As autoridades e especialistas de saúde chineses têm repetidamente pedido aos idosos que sejam vacinados. Segundo a Comissão Nacional de Saúde, mais de 90% das pessoas com mais de 60 anos receberam a primeira dose das vacinas.

Para aqueles com 80 anos ou mais, cerca de 27,4 milhões aceitaram pelo menos uma dose de vacina e cerca de 23,6 milhões completaram a vacinação completa, representando apenas 76,6 por cento e 65,8 por cento, respectivamente, de todo o grupo, Xia Gang, funcionário do controle nacional de doenças e departamento de prevenção da Comissão Nacional de Saúde, disse em entrevista coletiva na terça-feira.

Segundo artigo publicado na revista Nature, a suspensão pura e simples da política de Covid-Zero levaria a 1,55 milhão de mortos, bem como à implosão do sistema de saúde chinês, já que a demanda por leitos de UTI superaria os existentes por um fator de 15.

AGOURO

A torcida nas altas rodas de Washington para que a China se arrebente na saída da pandemia mal é disfarçada pelo frenesi com que agouram a nação asiática. Com o Nobel de Economia Paul Krugman vendo, inclusive o que ainda não aconteceu, uma tragédia na China, como prova da superioridade das “democracias” sobre as “autocracias”.

O que fez o portal Wsws ironizar o pedante acadêmico: “Krugman define um milhão de mortos por Covid nos EUA como uma vitória para a democracia”.

Outro comentário cínico de um ferrabrás de Biden sobre as manifestações na China mereceu o troco dado pela porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying: “O preço da ‘liberdade’ nos EUA: 1 milhão de mortos por Covid + 40.000 mortos por armas de fogo por ano + 107.622 mortos por Fentanil só em 2021. O povo americano merece algo muito melhor do que isso”.

Papiro

(BL)