Trabalhadores chineses inspecionam componentes (Global Times)

EUA exerce coerção econômica direta e intimidação tecnológica”, afirmou o porta-voz do Ministério do Exterior da China, Wang Wenbin, em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (14).

Ele denuncia que Washington, sob pretexto de “Segurança Nacional” , tem “abusado de medidas de controle das exportações, recorrido a medidas discriminatórias e injustas em relação às empresas de outros países, politizado e prejudicado propositadamente as questões tecnológicas, o que não passa de reclamou o diplomata”.

De acordo com reportagem da agência Bloomberg, o governo Biden planeja colocar a Yangtze Memory Technologies, principal fabricantes de chips de memória da China, e mais de 30 outras empresas chinesas em uma chamada “lista negra comercial”, o que as impediria de comprar certos componentes norte-americanos, aprofundando as tensões entre as duas superpotências econômicas do mundo.

Com isso, as empresas ficam impedidas de comprar tecnologia de fornecedores dos EUA, a menos que obtenham uma licença especial de exportação. Esse foi o mesmo mecanismo utilizado para boicotar negócios de smartphones da Huawei e que já prejudicou os esforços da Semiconductor Manufacturing International Corp.

Wang Wenbin enfatizou que “as ações dos EUA prejudicaram seriamente os laços econômico-comerciais normais e a cooperação entre as empresas chinesas e norte-americanas, minaram gravemente as regras do mercado e a ordem econômico-comercial internacional, puseram em perigo a estabilidade das cadeias de suprimento globais”.

Em outubro, os Estados Unidos anunciaram restrições de exportação contra 30 empresas chinesas, entre elas a Yangtze Memory e as especializadas em equipamento para a produção de supercomputadores e semicondutores, levantando suspeitas sobre uma possível ameaça à segurança norte-americana. Isso, sem que o governo Biden, não tem conseguido comprovar que essas empresas apoiam militares chineses.

Ao invés de apresentar provas contra empresas chinesas, a restrição desencadeou uma contagem regressiva de 60 dias para que as empresas provem que seus negócios não estavam envolvidos em atividades militares, ou seja, reverte o ônus da prova ao acusado.

Ainda, de acordo com a Bloomberg, de nada valeu a cooperação do governo chinês com as autoridades dos EUA para impedir que a Yangtze Memory e outras empresas fossem adicionadas à lista de empresas e entidades que colocam a “segurança” em risco.

GUERRA TECNOLÓGICA CONTRA CHINA

Em julho, Joe Biden assinou, em paralelo aos ataques, uma lei que estabelece subsídios para a produção de chips de computador e de semicondutores, destinados aos monopólios norte-americanos.

O tal projeto destina, entre outros valores, US$52,7 bilhões em subsídios para a fabricação de chips de computador nos EUA, além de um crédito fiscal de 25% para a fabricação de semicondutores em um investimento estatal de até US$1,5 bilhão para “desenvolvimento tecnológico e inovação”.

Papiro

(BL)