Agentes do mercado elevaram, pela sexta semana seguida, a estimativa de inflação no Brasil em 2022, último ano da gestão Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o setor financeiro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, considerado a inflação oficial do Brasil) fechará o ano em 5,92%, taxa acima da meta do governo.

A informação é do relatório Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (5). Foram ouvidas mais de cem de cem instituições financeiras nos últimos dias – o boletim é atualizado semanalmente.

Na segunda-feira anterior (28/11), o mercado previa uma inflação de 5,91% no ano. Em 14 de outubro, a projeção era de 5,60%. Na visão do Banco Central, é quase certo que o governo Bolsonaro vai estourar a meta de inflação pelo segundo ano consecutivo. O boletim Focus também reajustou para cima a estimativa de inflação para 2023 – de 5,02% para 5,08%.

O Conselho Monetário Nacional (CMN), ligado ao Ministério da Economia, tinha estipulado uma meta central de 3,5% de inflação em 2022. Assim, o IPCA estará dentro da meta se terminar o ano entre 2% e 5%. Para 2023, a meta de inflação está fixada em 3,25%, podendo oscilar entre 1,75% e 4,75%.

Foi sob o pretexto de controlar a inflação nesses parâmetros que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central elevou a taxa básica de juros, a Selic, a 13,75% ao ano. É o maior índice desde 2016.

Nesta terça-feira (6), relatório da CNI (Confederação Nacional da Indústria) confirmou essa tendência, estimando uma inflação de 5,7% em 2022 e de 5,4% para 2023. Para a entidade, a Selic deve virar o ano no patamar atual, de 13,75%. O Copom realiza nesta semana sua última reunião no ano e deve manter o percentual de taxa básica de juros.