Gennady Kuzmin defendeu a proposta da Rússia na Assembleia Geral da ONU (vídeo)

A Assembleia Geral da ONU aprovou, na quinta-feira (15), a resolução proposta pela Rússia que condena a glorificação do nazismo.

Intitulada “Combater a glorificação do nazismo, neonazismo e outras práticas que contribuem para alimentar formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata”, a resolução teve 120 votos a favor, 50 contra e dez abstenções.

A declaração reflete a preocupação dos Estados com “qualquer forma de glorificação do movimento nazista, neonazismo e ex-membros da organização Waffen SS, incluindo a construção de monumentos e memoriais e a realização de manifestações públicas para glorificar o passado nazista, o movimento nazista e o neonazismo”.

Esta resolução é apresentada anualmente à Assembleia por Moscou. Nesta ocasião, o documento foi co-patrocinado por Azerbaijão, Belarus, Venezuela, Camboja, Coréia do Norte, República Centro-Africana, Cuba, Guiné Equatorial, Laos, Mali, Nicarágua, Paquistão, África do Sul, Sudão, Síria e Vietnã.

Dos países que votaram contra, a maioria é europeia. Especificamente, os EUA, Ucrânia, Reino Unido, Canadá, Espanha, Áustria, Bélgica, Croácia, República Tcheca, França, Hungria, Letônia, Polônia e Portugal, entre outros, se opuseram. As delegações que se abstiveram foram as do Afeganistão, Equador, Myanmar, Palau, Panamá, Papua Nova Guiné, Samoa, Coréia do Sul, Suíça e Turquia.

VERGONHA

“O resultado da votação deste ano é simplesmente escandaloso. Pela primeira vez na história da ONU, os antigos Estados membros do Eixo votaram contra um documento que condena o nazismo, além de confirmar a inviolabilidade dos resultados da Segunda Guerra Mundial”, denunciou o vice-representante permanente da Rússia na ONU, Gennady Kuzmin.

O diplomata sublinhou que os países que votaram contra, principalmente Alemanha, Japão e Itália, praticaram “um evidente sacrilégio contra a memória das vítimas do nazismo alemão, do fascismo italiano e do militarismo japonês”.

A resolução ainda condena veementemente o uso de materiais educativos, bem como de retórica no decorrer da formação de jovens, que promovam o racismo, a discriminação, o ódio e a violência com base na etnia, nacionalidade, religião ou crença.

NA UCRÂNIA GLORIFICAM HITLERISTAS

Em outubro, o presidente russo, Vladimir Putin,falou sobre o problema no século XXI, denunciando a presença de nazistas no mundo todo, e ressaltando que na Ucrânia, particularmente, chegaram a nível governamental quando alguns dos integrantes da direção do país passaram a exaltar o renascimento do neonazismo e a exaltar os que colaboraram com Hitler, além de tentarem corrigir a História.

“Talvez não houvesse o conflito de hoje se não houvesse tentativas de algumas forças ucranianas e ocidentais de corrigir e rasgar a história, se não houvesse uma exaltação daqueles que colaboraram com Hitler, com os nazistas, se não houvesse o desejo de ressuscitar esse neonazismo em nossos territórios históricos”, afirmou.

“Nós já falamos muito, de diferentes formas, com relação à proteção dos moradores do Donbass, mas também de outros territórios, quando surgem ameaças à vida. Mas a sobrevivência de agora só se tornou possível graças ao Exército russo e aqueles que não pouparam suas vidas para protegerem a da população e de suas crianças”, declarou.

Na votação, o enviado americano disse que disse que a resolução era incompatível com as garantias de liberdade de expressão da Primeira Emenda da Constituição dos EUA, e acusou Moscou de “narrativas de desinformação” sobre o neonazismo nos Estados bálticos e na Ucrânia.

Papiro

(BL)