Após decisão do STF, Zambelli diz ser “impossível” entregar arma em 48h
A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) disse que não poderá cumprir o prazo de 48 horas estipulado pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal) para que ela entregue sua pistola. A decisão do magistrado, que estabelece ainda a suspensão do porte de armas da parlamentar, foi tornada pública nesta terça-feira (20) após pedido feito pela Procuradoria-Geral da República.
O argumento usado por Zambelli — que, ao que parece, busca desautorizar o Supremo — é de que ela não teria sido intimada e que teria tido “conhecimento da sentença através da imprensa”. Além disso, afirmou que estaria “centrada em missão oficial” e que estaria fora do país até o dia 23 de dezembro, dois dias após o prazo limite colocado pelo Supremo, de maneira que seria “impossível cumprir a determinação”, conforme informou o site Metrópole.
Segundo a Câmara, a deputada estaria em missão oficial na Itália, em evento promovido por movimentos de extrema-direita, às custas da Casa.
Na decisão, Gilmar Mendes determinou ainda que no caso de não cumprimento da ordem por parte da parlamentar no período estipulado, a Polícia Federal deverá proceder com a busca e a apreensão da arma e das munições.
O ministro havia negado pedido de expedição imediata de mandado de busca e apreensão por entender que a medida seria “invasiva e gravosa” e que poderia ser adiada mediante a concessão de prazo para a entrega voluntária do material por Zambelli.
A decisão diz respeito ao episódio ocorrido na véspera do segundo turno das eleições deste ano, no sábado (29), quando a bolsonarista foi filmada perseguindo e apontando uma arma para um homem negro desarmado próximo à Avenida Paulista.
Zambelli chegou a entrar com a pistola em punho em uma lanchonete. Um segurança da deputada fez ainda um disparo durante a perseguição pelas ruas e acabou sendo detido pela Polícia Civil.