Aeronautas - Reprodução Youtube

Os pilotos e comissários de voo aprovaram, nesta quinta-feira (15), greve a partir da próxima segunda-feira (19). A categoria pede a recomposição inflacionária dos 12 meses até dezembro (5,9%), além de um ganho real de 5%.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a greve será com paralisações diárias por duas horas, entre 6h e 8h. “Em respeito à sociedade e aos usuários do sistema de transporte aéreo, os aeronautas farão a paralisação somente por duas horas, sendo assim todas as decolagens iniciarão após às 8h. No entanto, todos os voos com órgãos para transplante, enfermos a bordo e vacinas, não serão paralisados”, diz o sindicato em nota.

“Os aeronautas reivindicam recomposição das perdas inflacionárias, além de ganho real, tendo em vista os altos preços das passagens aéreas que têm gerado crescentes lucros para as empresas”, diz nota do sindicato. Os funcionários reivindicam também melhorias nas condições de trabalho, como a definição dos horários de início de folgas e o cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos.

De acordo com o SNA, hoje há pilotos e comissários que esperam até mais de 6 horas nos aeroportos por um próximo voo. A paralisação deve abranger os aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza.

Para o SNA, desde o início das negociações as empresas não se mostraram dispostas a atender às reivindicações da categoria. “A primeira proposta do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), rejeitada com quase 90% dos votos, atrelava o reajuste salarial pelo INPC à pauta de interesse patronal, como a venda voluntária de folga e a utilização dos dias destinados à ensino a distância para programação de voo”, afirma o SNA.

Uma segunda proposta também foi rejeitada pela categoria. “É importante destacar que as próprias empresas apontam em seus informes ao mercado, assim como também demonstram notícias publicadas na imprensa, que o setor aéreo vem se recuperando aceleradamente, com lucros maiores do que os do período pré-pandemia. Além disso, a procura por passagens aéreas aumentou e os preços impostos aos passageiros subiram drasticamente”, argumenta o SNA.

Contudo, o sindicato avalia que “as empresas continuam intransigentes, se recusando a conceder uma remuneração mais digna aos tripulantes, além de propor que pilotos e comissários trabalhem mais horas”.

“Os pilotos e comissários de voo do Brasil contam com a compreensão da sociedade e com o bom senso das companhias aéreas para evitar transtornos”, conclui nota do SNA.

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(BL)