A Justiça de Santa Catarina aceitou, no sábado (17), a denúncia do Ministério Público do estado, e seis homens que agiam em São Miguel do Oeste, JoinvilleFlorianópolis e São José se tornaram réus por integrar grupos neonazistas. Eles respondem por crime de disseminação de ódio com armas de fogo e racismo.

Os réus estavam presos temporariamente desde 20 de outubro, mas no último sábado, também a pedido do MP, as prisões foram convertidas em preventivas. “Para garantir a ordem pública pedimos a conversão das prisões em preventivas”, explicou o promotor de Justiça Rodrigo Millen Carlin, e acrescentou “estavam também associados, de forma estável e permanente, para o fim específico de cometer crimes, sendo que a associação era armada”.

Os acusados se tornaram réus após um deles, Douglas Alexandre Einsweiller da Conceição, ser preso em flagrante por tráfico de drogas. Em seu computador a polícia encontrou materiais de apologia ao nazismo, violência sexual, discurso de ódio contra minorias, pornografia infanto-juvenil, além de vídeos e fotos do grupo com armas de fogo e símbolos nazistas.  

Eles se encontravam em um sítio em Biguaçu, onde realizavam “discursos de ódio contra judeus, pronunciamentos em língua alemã e idolatrando Adolf Hitler, utilizando a bandeira com emblema da cruz suástica, cercados de misticismo nazista e realizações de rituais e até treinamentos paramilitares com porte ilegal de armas”, informou o MPSC, tudo registrados com vídeos, fotos e conversar por aplicativo. Após a atuação a polícia encontrou armas de fogo, símbolos de apologia ao nazismo e uma impressora 3D, que segundo a polícia era utilizada para fabricar peças de armas.

Em um vídeo publicado pelo G1 podemos ver um jovem dizendo em alemão “nós somo a nova SS de Santa Catariana” e depois dispara um tiro pro alto. A SS foi o principal grupo de repressão durante a ascensão do nazismo, uma de suas responsabilidades eram os campos de extermínio de minorias.

Esta não foi a primeira atuação da polícia contra organizações neonazistas, há alguns anos a polícia vem recebendo crescentes denúncias de apologia ao nazismo. A Antropóloga Adriana Dias, especialista no assunto, diz que até janeiro deste ano 530 núcleos neonazistas foram mapeados, se concentrando principalmente na região sul do país, mas podem ser encontradas por todo o país. 

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(BL)