Navio-tanque é abastecido no terminal Primorsk, perto da cidade de São Petersburgo (Arquivo)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reiterou aos participantes do fórum de negócios energéticos russo-chinês que a energia continua sendo “uma das esferas principais e mais dinâmicas da nossa cooperação” com o gigante asiático.

No documento publicado no site do Kremlin nesta terça-feira (29), Putin enfatizou que, apesar da complexa situação internacional, os dois países continuam realizando projetos conjuntos de grande envergadura, como a construção de usinas nucleares na China e a produção de gás natural liquefeito no Ártico russo.

Putin parabenizou o fórum pela expansão da cooperação energética ao proporcionar um diálogo regular entre representantes de instituições estatais, as principais corporações do setor, estruturas bancárias e especialistas dos dois países.

Os líderes da Rússia e da China ressaltam como importantes conquistas o estabelecimento de comércio com prioridade cada vez maior no uso de moedas nacionais superando os obstáculos forjados contra a Rússia no sistema internacional de conversões, o SWIFT.

O vice-primeiro-ministro russo, Aleksandr Novak destacou, nesta terça-feira, que os dois países “aceleram esforços nos dois sentidos para se afastarem do sistema SWIFT”.

“Nos contratos para fornecimento de gás, já mudamos para acertos em moedas nacionais – rublos e yuans – em bases paritárias. Suprimentos de petróleo, assim como carvão, também são transferidos para pagamentos em moedas nacionais”, esclareceu.

De acordo com o presidente da China, Xi Jinping, há uma elevada solidez na cooperação entre os dois países em matéria energética e reafirmou a vontade de aprofundá-la. “A China está pronta para trabalhar com a Rússia e estabelecer uma cooperação energética ainda mais próxima, contribuindo para o desenvolvimento da energia verde”, declarou Xi Jinping, em comunicado transmitido pela China Central Television. O presidente chinês sublinhou que estes “são esforços conjuntos para manter a segurança energética internacional e a estabilidade das cadeias de produção e abastecimento, bem como para fazer uma nova contribuição para o desenvolvimento saudável e sustentado de longo prazo do mercado internacional de energia”,

A China e a Rússia estreitaram ainda mais seus vínculos diante dos riscos e desafios externos, assinalou o Xi Jinping, promovendo projetos ambiciosos que demonstram “alta solidez”. A parceria energética, frisou, representa uma “pedra angular” nesta cooperação binacional.

LAÇOS QUE SE APROFUNDAM

A Rússia e a China pretendem apoiar investimentos nas áreas mais promissoras da cooperação bilateral, disse o primeiro vice-primeiro-ministro russo, Andrei Belousov, acrescentando que “a quantidade de investimento direto cumulativo da China na Rússia cresceu 75% no primeiro semestre de 2022”.

Durante a nona reunião da Comissão Intergovernamental de Investimentos Rússia-China, realizada por videoconferência, Belousov apontou que “é crucial incentivar ainda mais o aumento do comércio e investimento e apoiar projetos de investimento em setores mais promissores, como gás, petroquímica, transporte e infraestrutura, tecnologias verdes e de alta tecnologia”.

Na oportunidade os representantes dos dois países informaram que estão desenvolvendo quase 80 projetos conjuntos no valor de US$ 160 bilhões, com o comércio entre os dois países tendo aumentado 30% nos primeiros nove meses do ano.

Segundo o vice-primeiro-ministro chinês, Han Zheng, esta parceria é estratégica, que cumpre um papel ainda mais decisivo numa conjuntura internacional como a que estamos vivendo.

Ambas as delegações abordaram o levantamento de limitações, a simplificação dos procedimentos de fronteira para o transporte ferroviário e de cargas, bem como a necessidade de facilitar o aumento das exportações de oleaginosas e grãos russos para a China.

PAPIRO

(BL)