"Cortem o custo de vida, abaixem os preços", exige faixa durante protesto em Berlim. (Tobias Schwarz/AFP)

A renda real das famílias alemãs caiu 5,7% entre julho e setembro, devido ao aumento da inflação, agravando a crise que abala a economia, informou o Departamento Federal de Estatística (Destatis).

Conforme o levantamento, os preços ao consumidor na Alemanha subiram 8,4% no terceiro trimestre deste ano, muito acima dos 2,3% registrados em 2021, o que “corresponde a uma queda na receita real [ajustada a preços] de 5,7%”.

De acordo com o Destatis, este foi quarto trimestre seguido de retração no poder aquisitivo, “após uma queda de 4,4% ano-a-ano no segundo trimestre de 2022, 1,8% no primeiro trimestre de 2022 e 1,4% no quarto trimestre de 2021”. “Este foi o maior e mais longo declínio nos ganhos reais desde o início da série temporal em 2008″, acrescentou.

No final de outubro, dezenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas de Berlim, Duesseldorf, Hannover, Stuttgart, Dresden e Frankfurt-am-Main, para protestar contra a disparada do preço da energia e da inflação, turbinada pelo fechamento do gasoduto Nordstream com a Rússia, que deixa o país sem qualquer garantia para atravessar o inverno.

Um estudo publicado recentemente pelo jornal Bild aponta que um de cada dois alemães teme não ter recursos suficientes para pagar os custos de combustível.

A mesma pesquisa identificou que 62% dos alemães estão insatisfeitos com as ações do chanceler Olaf Scholz e sua coalizão, considerando que as medidas adotadas pelo governo desde que assumiu o cargo em dezembro não estão sendo suficientes para conter a crise energética no país europeu, derivada das sanções que a União Europeia impôs ao fornecimento de combustíveis russos no âmbito do conflito entre Moscou e Ucrânia.

28% dos alemães consultados declararam ainda que, com certeza, não poderão continuar pagando suas contas de energia nos prólegendximos meses, enquanto pelo menos 20% temem perder seus empregos devido ao impacto da crise energética.

PAPIRO

(BL)