De batalha em batalha, o documentário Quando Falta o Ar pode garantir a primeira estatueta de uma produção do Brasil na história do Oscar, a mais tradicional premiação do cinema. O filme das irmãs Ana e Helena Petta já está inscrito na disputa, uma vez que venceu, em abril, a Competição Brasileira de Longas e Médias-Metragens no Festival Internacional É Tudo Verdade.

Tendo como pano de fundo a pandemia de Covid-19 no Brasil, o documentário mostra cenários, ambientes, dramas e emoções no dia a dia de quem estava na linha de frente do combate à crise sanitária. Seu foco é nos profissionais do SUS (Sistema Único de Saúde), especialmente trabalhadoras e agentes comunitárias. As filmagens ocorreram em cinco estados – Amazonas, Bahia, Pará, Pernambuco e São Paulo.

Para promover Quando Falta o Ar nos Estados Unidos – onde o filme recebeu o título Out of Breath (Sem Fôlego) –, a produção tem promovido uma campanha junto a críticos em cidades como Boston, Los Angeles e Nova York. Na última sexta-feira (18), o ator e diretor Wagner Moura mediou a apresentação do documentário no The Hollywood Brazilian Film Festival, em Los Angeles. A sessão contou com a presença da diretora e roteirista Helena Petta, que também é médica.

“Wagner incrível, generoso, compartilhou seu olhar atento ao nosso filme. Sabia detalhes das cenas, dos movimentos da câmera, elogiou a montagem, as músicas, falou de cada uma das nossas incríveis mulheres guerreiras do SUS (Sistema Único de Saúde”, escreveu Helena em suas redes. Segundo ela, Wagner Moura também destacou “a importância que o filme pode ter para colocar o SUS no centro do debate político atual”.

Cerca de cem produções estão inscritas na primeira fase da corrida ao Oscar na categoria documentário de longa-metragem. A batalha da vez é convencer a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos a incluir Quando Falta o Ar entre os 15 pré-finalistas – a lista será divulgada em 21 de dezembro.

Nas redes sociais, o filme brasileiro começou a ser associado à hashtag #SUSnoOscar. “É uma forma de as pessoas se engajarem na nossa campanha ao Oscar 2023. Queremos divulgar o SUS para o mundo”, diz ao Vermelho a atriz Ana Petta, a “Tininha”. Com Quando Falta o Ar, ela voltou a trabalhar atrás das câmeras. Ana foi co-roteirista de Repare Bem (2013), além de produtora e co-diretora de Osvaldão (2015) – dois documentários bem recebidos pela crítica.

O anúncio dos cinco finalistas ao Oscar de melhor documentário está previsto para 24 de janeiro. Já a cerimônia de entrega do Oscar 2023, no Dolby Theatre, em Los Angeles, acontece em 12 de março.