“Brasil, os brasileiros e as brasileiras se expressaram democraticamente e elegeram democraticamente meu caro amigo Lula como presidente: um extraordinário dirigente, um líder latino-americano extraordinário e um homem que tenho certeza, como fez antes, irá fazer muito bem ao Brasil e muito bem ao nosso continente. Preservar a democracia é a primeira coisa que devemos fazer, cuidar a vontade popular é essencial para pensar no progresso da América Latina”, afirmou o presidente da Argentina, Alberto Fernández, que viajou ao Brasil na segunda-feira (31) para parabenizar o presidente eleito, que derrotou Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais deste domingo.

Eles se reuniram ao meio-dia no Hotel Intercontinental em São Paulo. Ao final da reunião, o presidente argentino afirmou não apenas ter viajado “para testemunhar minha amizade e compromisso”, como também depositou sua confiança na liderança de Lula para mais uma vez unir os países da região em defesa de seus próprios interesses, diante do panorama ruim que ocorre no mundo. Durante a rodada de entrevistas, ele também disse que Lula virá à Argentina antes de assumir o cargo.

“Ele me deu a grande alegria de contar que a primeira visita que fará será para a Argentina e me contou também que será antes de tomar posse. Ele sabe que a Argentina é a casa dele”, afirmou Fernández sobre a conversa com o “amigo e presidente eleito”.

“AMÉRICA LATINA É MUITO IMPORTANTE PARA O MUNDO”

“A América Latina é uma região muito importante para o mundo, porque aqui existe grande parte das necessidades mundiais, como alimentos, minerais, lítio, gás, cobre. Todos recursos que a Argentina pode fornecer, o Brasil pode fornecer e a América Latina pode fornecer. Argentina e Brasil representam um altíssimo nível de produto bruto sul-americano “, assinalou Fernández.

“Vim aqui pessoalmente para dar a Lula meu testemunho, mais uma vez, de carinho, de amizade, de compromisso. Ele sabe que tem em mim um amigo incondicional”,insistiu.

Fernández falou sobre seu relacionamento com Bolsonaro. E disse que se manteve silêncios foi para “preservar a responsabilidade institucional, manter vivo o Mercosul e manter vivo o vínculo com o Brasil, esperando que as coisas mudem, e hoje mudaram”.

Nas palavras do presidente argentino, Lula chega ao Palácio do Planalto “no momento em que há muitas mudanças na região”, com presidências progressistas e de centro-esquerda como as da Argentina, Chile, Peru e Colômbia. “Pode ajudar muito no trabalho que iniciamos com o (mexicano) Manuel López Obrador, para reunificar o continente em um momento de globalização em que as regiões adquirem outros significados”. “Na CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos cujo Presidente Pro Tempore é Fernández) faltava a presença do Brasil” para terminar de fortalecê-la, ressaltou.

Ele afirmou que confia em que o seu país terá em Lula um ativista “para que a Argentina se junte aos BRICS”, a poderosa coalizão de nações formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que luta por ocupar seu espaço no mundo.

O presidente argentino chegou a São Paulo junto com o ministro do Interior, Eduardo de Pedro; com o ministro das Relações Exteriores, Santiago Cafiero; o Secretário-Geral da Presidência, Julio Vitobello; a Secretária Jurídica e Técnica, Vilma Ibarra; a porta-voz da Presidência, Gabriela Cerruti; e os deputados da Frente de Todos Eduardo Valdés e Carlos Heller.

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