O ministro do STF Alexandre de Moraes | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo Agência Brasil

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, afirmou que “a democracia foi atacada no Brasil, mas sobreviveu”. Ele e outros ministros do STF estão participando de um evento empresarial em Nova Iorque como palestrantes.

Em sua conferência, Moraes destacou a relevância do combate às fake news nas redes sociais e a importância do Supremo Tribunal Federal (STF) na defesa da democracia.

“O Poder Judiciário atuou para chegarmos às vésperas do final do ano com a democracia garantida. A democracia foi atacada, aviltada, mas sobreviveu. O Judiciário não foi cooptado, não foi aumentado, foi uma barreira a qualquer ataque à liberdade”, disse.

O ministro afirmou, também, que as “milícias digitais”, como ele próprio chamou, não atuam para substituir o sistema político, mas para “atacar a própria democracia”.

Moraes é relator do inquérito das milícias digitais que organiza o ataque às instituições democráticas nas redes sociais, no qual o próprio Jair Bolsonaro é investigado por divulgar mentiras sobre as urnas eletrônicas.

“Não é possível que as redes sociais sejam terras de ninguém”, comentou o ministro. “Isso começou aqui nos EUA, na extrema-direita, chegou ao Leste Europeu e depois ao Brasil”.

Alexandre de Moraes está participando do evento Lide Brazil Conference, organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais, de João Doria.

Também estão em Nova Iorque os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Cármen Lúcia.

Um grupo de bolsonaristas realizou uma manifestação em frente ao hotel em que os ministros estão hospedados para atacá-los e defender um golpe de Estado.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) tentou se infiltrar no evento, mas não conseguiu ingresso e teve frustrados seus planos de bagunçar a palestra de Alexandre Moraes

Zambelli telefonou para bancos e corretoras e também para lideranças políticas que têm relação com instituições financeiras na tentativa de obter um convite para a conferência e nada conseguiu.

“Não consegui, infelizmente. Eu iria hoje”, disse a deputada à coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.

Zambelli foi em silêncio para os EUA assim que começou a ser investigada por ameaçar um jornalista negro com arma em punho na véspera da eleição do segundo turno. Ela foi filmada correndo atrás do jornalista por ruas próximas à Avenida Paulista. Um tiro do seu segurança chegou a ser disparado.

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(BL)