Manifestantes italianos exigem fim da entrega de armas à Ucrânia
Dezenas de milhares de pessoas marcharam pelas ruas de Roma para pedir menos armas para a Ucrânia sob o lema “Europa pela paz”, neste sábado (5). Com bandeiras dizendo “Menos Armas, Salários em alta”, “Basta de armas para a Ucrânia”, “Não queremos guerra. Sem armas, sem sanções. Onde está a diplomacia?”, entre outras, o protesto ocupou o centro da capital italiana durante horas.
“Somos mais de 100.000”, asseguraram os organizadores da manifestação entre a Praça da República e a Praça de San Giovanni. Sindicatos e mais de 500 associações civis participaram do evento.
O governo da Itália, um dos membros fundadores da Otan, tem apoiado a Ucrânia desde o início do conflito no final de fevereiro, principalmente fornecendo armas. A nova primeira-ministra de extrema direita, Giorgia Meloni, disse que isso não mudará e que o governo planeja enviar equipamentos militares adicionais em breve. Mas alguns líderes de centro-direita também acreditam que a Itália deve defender as negociações e parar de se vincular com a política que os Estados Unidos impõem pela Otan.
O ex-primeiro-ministro italiano e líder do partido Cinco Estrelas, Giuseppe Conte, participou da marcha e questionou a abordagem do governo recentemente empossado para a resolução do conflito no país do Leste Europeu.
“A Ucrânia está agora totalmente armada – precisamos de um avanço rumo a um cessar-fogo e negociações de paz”, disse ele, acrescentando que a atual “estratégia está levando apenas a uma escalada”.
O prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, e o presidente da região do Lácio, Nicola Zingaretti, também estiveram na manifestação, distanciando-se do governo de Meloni.
Giovanni Timoteo, membro da Confederação dos Trabalhadores Italianos, citado pelo Financial Times, disse: “Sou absolutamente contra o envio de novas armas para a Ucrânia. Hoje, tem pessoas que querem a paz com armas. Isso é inconcebível. Precisamos de uma grande iniciativa da ONU para a paz.”
Papiro (BL)