Supermercado na zona sul do Rio de Janeiro| Tania Rego/Agencia Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro foi de 0,59%, influenciado pelos aumentos no grupo Alimentos e Bebidas e Transportes, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (10).

O resultado da inflação oficial encerra uma sequência de três meses de “deflação fake” de Bolsonaro durante a campanha eleitoral para tentar se eleger: em julho, agosto e setembro, as variações haviam sido de -0,68%, -0,36% e -0,29%, respectivamente. No ano, o IPCA acumula alta de 4,70% e, nos últimos 12 meses, de 6,47%.

O grupo Alimentação acumula uma alta de 11,21% em 12 meses. O único mês que teve queda no preço de alimentos foi em setembro, segundo Pedro Kislanov, gerente da pesquisa. “Os preços subiram nesse período todo”, declarou.

Segundo o IBGE, as maiores influências foram a alimentação no domicílio, que ficou 0,80% mais cara, e os preços dos combustíveis que em setembro caíram 8,50%, em outubro a queda foi de 1,27%.

Depois de arrancar o couro da população durante a crise sanitária, com preços dos combustíveis e dos alimentos dolarizados, acabando com os estoques reguladores e fazendo explodir a fome entre milhões de brasileiros, Bolsonaro promoveu todo tipo de manobra para tentar se reeleger, tirando recursos dos Estados e municípios, via ICMS, da saúde, educação e segurança, entre tantos serviços à população. Jogou os juros na Lua, asfixiou a produção, o crédito, cortou os investimentos, arrochou os salários e a inflação não caiu.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em outubro. A maior contribuição do mês veio do grupo Alimentação e bebidas (0,72%). Na sequência, vieram Saúde e cuidados pessoais (1,16%) e Transportes (0,58%). Juntos, os três grupos responderam por cerca de 73% do IPCA de outubro. Já a maior alta do mês foi do grupo Vestuário (1,22%), que, nos últimos 12 meses, acumula alta de 18,48%, a maior entre os nove grupos que compõem o IPCA.

Os demais grupos registraram altas de 0,18% em Educação, 0,57% em Despesas pessoais, 0,34% em Habitação e 0,39% em Artigos de residência. O único grupo com queda em outubro foi Comunicação (-0,48%).

Na Saúde e cuidados pessoais, as maiores contribuições vieram de higiene pessoal (2,28%) e planos de saúde (1,43%), consequência dos aumentos autorizados pelo governo através da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Nos Transportes, cujo índice passou de queda de 1,98% em setembro para alta de 0,58% em outubro, o recuo dos combustíveis (-1,27%) foi bem menor que no mês anterior (-8,50%). Em outubro, a Agência Nacional de Petróleo registrou quatro altas consecutivas da gasolina nos postos, assim como subiram os preços do diesel e do

etanol – que registrou alta de 1,34% no IPCA. No grupo, as passagens aéreas aumentaram 27,38%, No ano, acumulam alta de 35,74% e, em doze meses, de 40,53%.

O índice de difusão, que mostra o percentual de itens que turbinou os preços em outubro, aumentou de 62% para 68%, o maior desde abril (78%).

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(BL)