O ex-presidente da China Jiang Zemin faleceu nesta quarta-feira (30), aos 96 anos, de falência múltipla dos órgãos em decorrência de uma leucemia, em Shanghai. Ele esteve à frente do país entre os anos de 1993 a 2003 e foi secretário-geral do Partido Comunista da China de 1989 a 2002.

Carta divulgada pelo PCCh, em que o falecimento é oficializado e publicada pela agência Xinhua, diz que Jiang Zemin foi “um líder excepcional com alto prestígio reconhecido por todo o Partido, todo o exército e o povo chinês de todos os grupos étnicos, um grande marxista, um grande revolucionário proletário, estadista, estrategista militar e diplomata, um combatente comunista há muito testado e um líder excepcional na grande causa do socialismo com características chinesas. Ele foi o núcleo da terceira geração de liderança coletiva central do PCCh e o principal fundador da Teoria da Tríplice Representatividade”. 

Seu governo foi marcado, entre outros pontos, por forte crescimento da China no campo econômico e ampliação das relações diplomáticas, além da devolução de Hong Kong ao país em 1997. 

Em artigo publicado na revista Ópera e reproduzido pelo Portal Vermelho, o jornalista Gabriel Deslandes destacou que Jiang Zemin “apontou três coisas indispensáveis à China: o papel dominante da propriedade pública na economia, a prática do centralismo democrático na política e o papel orientador do marxismo na cultura. Ele frisou repetidamente que o princípio deve melhorar e se desenvolver, não enfraquecer”. 

Conforme lembrou Domenico Losurdo em “A esquerda, a China e o imperialismo”, no XV Congresso do PCC em 1997, Jiang Zemin salientou: “A tarefa fundamental do socialismo é desenvolver as forças produtivas. Durante o estágio inicial é tanto mais necessário concentrar-se, com absoluta prioridade, em seu desenvolvimento. Existem diversas contradições na economia, na política, na cultura, na atividade social e em outros setores da vida na China e, devido a fatores internos e internacionais, contradições de classe de certa envergadura continuam a existir por um longo período de tempo”. 

Mas a principal contradição na sociedade, continua, “é aquela entre as crescentes necessidades materiais e culturais do povo e a produção atrasada. A contradição principal continuará a ser essa durante a fase inicial do processo de construção do socialismo na China e em toda a atividade da sociedade. Disso deriva que sejamos chamados a fazer do desenvolvimento econômico a tarefa central de todo o Partido e de todo o país e a garantir que todas as demais atividades sejam subordinadas e sirvam a essa tarefa. Colocando em foco essa contradição principal e nossa tarefa central, poderemos lucidamente investigar e controlar todas as contradições sociais e promover realmente a sua solução”.

(PL)