Em um ano, governo torrou com juros R$ 573,2 bi
Diante do cenário de terra arrasada deixada por Bolsonaro, quando a Saúde, a Educação, a Ciência e Tecnologia, entre tantas áreas de atendimento à população, foram deixadas à mingua, com seguidos cortes nos recursos previstos no Orçamento deste ano, o montante de recursos públicos transferidos a bancos e demais rentistas para pagamento de juros atingiu a cifra de R$ 573,2 bilhões (6,03% do PIB) em doze meses até outubro.
O valor da transferência de renda de toda sociedade para o setor financeiro no período representa um aumento de 51,51% em relação ao que foi pago de juros pelo setor público nos doze meses até outubro de 2021 – R$ 378,3 bilhões (4,44% do PIB), de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados nesta quarta-feira (30).
Enquanto o setor financeiro está enchendo seus bolsos em consequência da decisão do Banco Central (BC), com o aval do governo Bolsonaro, de elevar a taxa básica de juros da economia (Selic) de 2% ao ano em março de 2021 para os atuais 13,75% ao ano, os serviços públicos estão tendo suas verbas cortadas e suas atividades estão sendo inviabilizadas.
Para garantir o teto de gastos ou a transferência de recursos públicos a bancos, na semana passada foram cortados mais R$ 5,7 bilhões o Orçamento deste ano. O governo cortou R$ 1,6 bilhão da Saúde, raspou R$ 344 milhões das universidades federais e institutos federais, cortou mais R$ 450 milhões da ciência e tecnologia, entre tantas áreas que já vinham prejudicadas pelo governo Bolsonaro, e que levou, por exemplo, ao vexaminoso anúncio pela Polícia Federal (PF) da suspensão da confecção de passaportes por “insuficiência do orçamento destinado às atividades de controle migratório e emissão de documentos de viagem”.
Neste ano, o bloqueio de recursos públicos no Orçamento de 2022 chega a R$ 15,4 bilhões.
O orçamento público está sendo sangrado para garantir gulosos ganhos aos gananciosos banqueiros, que criam todos os tipos de factoides para extrair mais dinheiro da sociedade. A hora da vez é a “explosão” da dívida pública”. Foi com esse discurso que os representantes do mercado financeiro emplacaram a regra do teto de gastos em 2017, que estrangula os investimentos públicos para garantir o pagamento religioso de juros à banca.
Às custas dos cortes de investimentos das áreas de assistência social, saúde, educação, segurança, ciência e tecnologia, infraestrutura, entre outras, o setor financeiro abocanhou – vias juros da dívida pública – mais de R$ 2,3 trilhões desde a instituição do teto de gastos até outubro de 2022, segundo números do BC.
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(BL)