Legenda: Ministro do Exterior de Cuba, Bruno Rodriguez, fala à Assembleia-Geral da ONU (Divulgação)

A Assembleia Geral das Nações Unidas realizará nestas quarta-feira e quinta-feira (2/11 e 3/11) duas jornadas de debates sobre o projeto de resolução para pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos a Cuba.

De acordo com o extenso informe apresentado por Cuba à ONU, os prejuízos causados ao país por mais de seis décadas pelos Estados Unidos alcançam US$ 150,41 bilhões, em valores atualizados, e tem como objetivo o colapso da economia e outras agressões, que incluem campanhas de desinformação.

O documento esclarece que os principais problemas recaem sobre a saúde e a educação, além de penalizar gravemente a economia e a qualidade de vida. Esta será a trigésima ocasião em que o assunto virá a plenário.

Em todas as vezes que o tema foi debatido, o bloqueio foi rejeitado por praticamente unanimidade, com os EUA sendo acompanhado pelos governos da África do Sul – quando mergulhado no apartheid – e de Israel. O pronunciamento foi enfático e incisivo pela eliminação ao cerco imposto por Washington e às medidas coercitivas unilaterais à nação caribenha.

A expectativa é que, uma vez mais, as autoridades de todo o planeta se pronunciem contra o bloqueio, considerado o maior ato de guerra em tempos de paz e maior obstáculo ao desenvolvimento de um país.

Conforme os cálculos, somente nos 14 meses de governo Joe Biden, os prejuízos causados pelo cerco norte-americano chegaram a US$ 6,3 bilhões.

Entre outros graves problemas gerados à Ilha estão medidas coercitivas como a inclusão de Cuba na lista de países que supostamente patrocinariam o terrorismo, pois dela derivam ações como a negativa dos bancos estrangeiros de prestarem serviços à nação caribenha. Como desdobramento disso, apenas entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2022 foram informadas 642 ações de entidades bancárias.

“São ações unilaterais, coercitivas e ilegais, desde o ponto de vista do direito internacional, da lei nacional que rege a conduta destes bancos e desde o ponto de vista das normas universalmente aceitas do sistema financeiro internacional”, declarou o ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez.

“MEDIDA CONTRA A HUMANIDADE”

Durante visita à Assembleia Nacional da França, o embaixador de Cuba, Otto Vaillant, reiterou que “o bloqueio é uma medida contra a humanidade, não só contra Cuba, porque penaliza a liberdade dos seres humanos”, frisando a necessidade de acabar com a perseguição aplicada por Washington.

Acompanhado dos deputados Rodrigo Arenas (França Insubmissa) e André Chassaigne (Partido Comunista Francês) e do ex-presidente do Grupo de Amizade França-Cuba da Assembleia François-Michel Lambert, o diplomata Vaillant detalhou os danos materiais causados ​​pelo bloqueio ao longo dos anos, mas particularmente desde a sua intensificação em 2019 pela administração de Donald Trump. Quanto ao impacto humano, disse Vaillant, nenhum montante poderá expressar o sofrimento e a dor causados ao povo cubano.os prejuízos causados ao país pelo bloqueio dos EUA.

Papiro