Confusão mental cada vez mais exposta (NY Post)

O bloco regional do Sudeste Asiático, a ASEAN, ganhou no sábado (12) um novo membro surpresa do outro lado do mundo, pelo menos por um instante, graças a um deslize do presidente norte-americano, Joe Biden, conforme registrou a agência de notícias AFP.

“Quero agradecer ao primeiro-ministro pela liderança da Colômbia como presidente da ASEAN”, declarou Biden, ao iniciar conversas com líderes regionais em Phnom Penh, presididas pelo primeiro-ministro cambojano, Hun Sen.

A agência de notícias observa que o atual ocupante da Casa Branca, que completa 80 anos este mês, é conhecido por suas inúmeras gafes, o que só se degringolou ultimamente.

Aliás, ele parece estar com ideia fixa, pois dissera a jornalistas em Washington que estava “indo para a Colômbia”, antes de se corrigir: “quero dizer, Camboja”.

Nesta semana, ela já confundira Kherson, na Ucrânia, com ‘Faluja’, no Iraque.

Deve ser por essas e outras que pesquisa recém realizada de boca de urna no dia final da eleição intermediária revelou que dois terços dos eleitores não querem que ele se candidate à reeleição em 2004.

A propósito, postagens nas redes sociais mostraram que o ministro russo das Relações Exteriores foi recebido para a cúpula da ASEAN literalmente com tapete vermelho estendido. Para Biden, sem tapete vermelho.

Em julho, segundo as más línguas, Biden estava um tanto fora da casinha. No dia 20, afirmou durante um discurso em Massachusetts que estava com câncer, o que era negado pelo mais recente laudo médico presidencial. Depois da celeuma provocada, precisou o vice porta-voz da Casa Branca, Andrew Bates, pelo Twitter, explicar que o chefe estava se referindo ao câncer de pele que teve no passado, antes mesmo de assumir o cargo.

Uma semana antes, ao ir a Israel para cortejar o eleitorado judaico antes das eleições de novembro nos EUA, Biden se atrapalhou de novo, declarando estar ali para ‘testemunhar’ a ‘honra do Holocausto’. Ops, o ‘horror do Holocausto’, remendou, anunciando que iria ao memorial Yad Vashem, em Jerusalém.

Na semana anterior, o problema foi do teleprompter. Biden seguia o roteiro, conforme as instruções recebidas dos seus cuidadores, sobre o tema da proteção dos direitos reprodutivos de mulheres, e continuou dizendo: ‘Fim da citação, repita a linha’. O que lhe valeu, nas redes sociais, uma enxurrada de memes e comentários tipo ser ‘senil’ e ‘sem bateria’.

Tem hora em que Biden parece não saber mais onde está ou como foi parar ali – como quando, após proferir algumas palavras, saiu se dirigindo para um lado do palco e estendeu a mão cumprimentando o vazio.

Parece que não há assunto sobre o qual ele não possa meter os pés pelas mãos. Ao dar os parabéns ao novo premiê britânico, que assumiu no final de outubro às pressas depois da antecessora, que só durou 45 dias, quase ter falido o país, Biden enunciou-o como ‘Rashi Sanook’ – é Rishi Sunak.

No final de setembro, o líder americano se dirigiu à deputada Jackie Walorski, falecida em agosto de 2022, como se ela estivesse viva, enquanto discursava em uma conferência sobre fome que ela ajudou a organizar. ‘Jackie, você está aqui? Onde está Jackie? Achei que ela estaria aqui’, afirmou Biden.

Em outro discurso, afirmou que o filho mais velho, Beau, morreu na Guerra do Iraque. Na verdade, o filho morreu foi de câncer, nos EUA, seis anos depois de ter servido no Iraque – e nem assim Biden parece deter o fio da meada.

A névoa que envolve o pensamento de Biden também se revelou quando em março ele confundiu ucranianos com ‘iraquianos’, no mais importante discurso anual da presidência, o do Estado da União, em que disse que ‘Putin pode cercar Kiev com tanques, mas nunca conquistará o coração e a alma do povo iraquiano’. No caso, Freud explica.

Vez por outra, o caldo entorna. Em janeiro, após um evento na Casa Branca, Biden xingou um repórter da Fox News de ‘filho da p… estúpido’ – mas o microfone ainda estava ligado e todo mundo ouviu. Um vexame.

Papiro

(BL)