Caminhoneiros - Reprodução CNN

O presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotivos (Abrava), Wallace Landim (Chorão), afirmou que os bloqueios feitos por caminhoneiros em estradas em defesa da intervenção militar não representam a categoria e serão alvo de ação na Justiça.

“Ninguém faz churrasco de graça para ninguém. Existe uma parcela muito pequena de caminhoneiros que de fato apoia o presidente Bolsonaro. Mas a outra parcela, de 80% a 90%, quer trabalhar e está sendo prejudicada”, disse Chorão, em reportagem do Congresso em Foco.

Landim denuncia que, na realidade, trata-se de uma paralisação comandada por grandes empresários ligados ao agronegócio que obrigam seus funcionários a participarem dos atos golpistas. A Abrava, que representa 35 mil condutores autônomos, pretende acionar a Justiça para punir as empresas que estão paralisando estradas e cobrar uma indenização pelos danos causados à categoria.

Conhecida como locaute, a paralisação das atividades de uma empresa é feita por iniciativa do empregador. Geralmente o locaute tem o objetivo dificultar o avanço de direitos trabalhistas. Agora, o ato é usado para contestar os resultados legítimos do processo eleitoral que derrotou Bolsonaro por meio do voto popular.

No Brasil, esse tipo de prática é proibida pela Lei da Greve, de 1989, que veda a paralisação de atividades pelo empregador e assegura aos trabalhadores o direito aos salários durante o período de paralisação. Ou seja, os atos, além de prejudicarem a população e de seu teor golpista fascistoide, são ilegais.

Na última sexta-feira (18), ao menos 17 rodovias foram interditadas parcialmente ou bloqueadas, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). As manifestações ocorreram um dia após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar o bloqueio das contas bancárias de 43 pessoas e empresas acusadas de financiar os atos pela intervenção federal com o envio de caminhões a Brasília.

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(BL)