Filas para o sopão aumentaram durante o meio mandato de Joe Biden (divulgação)

A Associated Press e a NBC News consideraram na quarta-feira (16) o 27º distrito congressional da Califórnia para os republicanos, que completaram 218 assentos na Câmara, o que significa que eles retomaram o controle da casa legislativa. Os democratas têm 211 deputados e seis cadeiras seguem em disputa.

Com isso, a situação precária que persistiu nos dois primeiros anos de mandato, em que, com controle democrata sobre a Câmara e empate 50-50 no Senado, que possibilitou o uso de mecanismos regimentais para aprovação de projetos de interesse de Biden, vai ficar mais difícil.

Na melhor hipótese para os trumpistas, vão ter maioria de 13 deputados, se tanto; o que é bem menos do que almejavam devido ao desastroso governo de Biden e da inflação recorde, provocada pelo efeito bumerangue das sanções unilaterais de Washington contra a Rússia.

Agora, vai ficar mais fácil para a oposição bloquear projetos. Também estará facilitado aos republicanos abrirem processos de impeachment contra Binden, que, no entanto, não terão como prosperar no Senado, ou investigações contra o filho do presidente, o notório Hunter, envolvido em falcatruas milionárias na Ucrânia a partir do golpe de estado de 2014. O novo presidente da Câmara deverá ser o atual líder da minoria, Kevin McCarthy.

Bem feitas as contas, foi um resultado e tanto para os democratas, que “só” perderam uma casa legislativa, não o Congresso inteiro – em grande medida graças aos nomes escolhidos a dedo pelo bilionário ex-presidente Trump entre os mais disparatados defensores de suas sandices sobre ‘fraude eleitoral’ e outros temas do gosto dos negacionistas.

Biden – fazer o quê – já se disse “pronto” para trabalhar com os republicanos, pelo bem de Wall Street e do Pentágono, perdão, dos cidadãos norte-americanos.

“O povo americano quer que façamos as coisas por eles”, disse Biden em um comunicado divulgado pela Casa Branca. “Trabalharei com qualquer um – republicano ou democrata – disposto a trabalhar comigo para entregar resultados para eles.”

Trump, por sua vez, aproveitou o momento para anunciar sua recandidatura à Casa Branca – e antes que cole nele a avaliação de que foi a escolha de candidatos que ele impôs que fez a prevista maré vermelha gorar.

Ele entrou na noite de terça-feira no salão de baile de sua mansão em Mar-a-Lago em Palm Beach, Flórida, ornado com bandeiras norte-americanas, e leu do telepropter um discurso de mais de uma hora para uma pequena multidão, prometendo a vitória.

“Qual é o propósito deste grande movimento? Personificação da coragem, confiança e espírito do povo americano!”, asseverou o magnata, sobre a volta do negacionismo à Casa Branca. “Esta não será minha campanha. Esta será nossa campanha comum para tornar a América respeitada, próspera, forte e grande novamente”, gritou do pódio, para deleite dos aficionados e funcionários. Segundo Trump, a crise só vai “piorar” até 2024.

Com o fiasco da ‘onda vermelha’ [que é a cor dos republicanos], outros postulantes à indicação a candidato do partido já começam a se animar, o mais festejado deles, o governador reeleito – por uma margem de 20 pontos – da Flórida, Ron DeSantis.

Papiro

(BL)