A economia alemã está entre as mais atingidas pela submissão a Washington (DW)

Dez por cento (10%) é a taxa mais alta já registrada desde a adoção da moeda comum, em 2002, e é um sintoma das desastrosas consequências, para a Europa, de sua sabujice à blitzkrieg econômica de Washington para destruir economia russa com sanções. Há um ano a inflação era de apenas 3,4%.

A escassez artificial provocada pelas sanções anti-russas, como um bumerangue, atingiu em cheio a economia europeia, altamente dependente da energia barata da Rússia, que a fornece sob contratos de longo prazo, em que o bloco europeu passou a pagar preços ‘de mercado’, isto é, extorsivos, sobre o GNL norte-americano, 8 a 10 vezes mais caro, tornando as contas de eletricidade e de aquecimento insuportáveis.

De acordo com a Eurostat, os preços de energia subiram 40,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Já os preços dos alimentos, álcool e tabaco subiram 11,8%, e os de produtos industrializados, 5,6%.

A alta da inflação sinaliza um inverno de recessão para a zona do euro como um todo e, em particular, para a maior economia europeia, a alemã. O aumento dos preços está minando o poder aquisitivo dos consumidores da zona do euro, que estão deixando de gastar em serviços e outras necessidades.

A Alemanha registrou 10,9%, quando calculada de acordo com os padrões europeus, ou 10%, segundo estimativa do Departamento Federal de Estatística do país (Destatis).

A situação é mais crítica em outros dos 19. Com uma inflação de 24,2%, a Estônia foi o país que registrou a maior taxa em setembro. Seguido pela Lituânia, com 22,5%, Letônia, com 22,4%, e Holanda, 17,1%. A França teve o menor aumento no bloco, com 6,2%.

Apesar do problema estar, não no excesso de demanda, mas no gargalo no fornecimento [a preços razoáveis] de gás e petróleo russos que Bruxelas decidiu vetar, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que irá embarcar na alta dos juros, a título de “combater a inflação”.

Em setembro, o BCE elevou sua principal taxa de juros em 0,75 ponto percentual, para 1,25%, e deve aumentá-la ainda mais nos próximos meses. Não detém a inflação nessas condições, mas acelera a recessão, empurrando o velho continente no rumo da estagflação, como visto nos anos 1980.

Papiro