Vitória de Lula confirma Amazonas e Minas como “espelhos” do Brasil
Desde a eleição presidencial de 1989 – a primeira desde a redemocratização –, apenas dois estados apresentam resultados similares ao do conjunto do Brasil. Em 2022, Amazonas e Minas Gerais voltaram a repetir a sina de “espelhos eleitorais” do País.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente eleito neste domingo (30) por 60,3 milhões de brasileiros, também foi candidato mais votado nesses dois colégios eleitorais. Em Minas, Lula teve 50,20% dos votos válidos no segundo turno, contra 49,80% do presidente Jair Bolsonaro (PL). Os números se aproximam da votação nacional, em que o petista, com 100% das urnas apuradas, venceu a disputa por 50,90% a 49,10%.
A vantagem local, ainda que apertada, manteve a tradição mineira de sempre dar mais votos ao presidenciável que se elege. Além disso, Minas foi o único estado da região Sul-Sudeste onde Bolsonaro perdeu. No primeiro turno, Lula já havia superado o atual presidente no estado (48,29% a 43,60%) e no País (48,43% a 43,20%).
“Minas Gerais é tratado no meio político como uma síntese do Brasil”, explica o jornalista Pedro Augusto Figueiredo, do diário O Tempo. “A característica se deve à proximidade de cada região mineira com os estados vizinhos: o Norte com a Bahia, o Sul com São Paulo, e a Zona da Mata com o Rio de Janeiro.”
No Amazonas, segundo maior colégio eleitoral da região Norte, Lula derrotou Bolsonaro nas urnas por 51,10% a 48,90%. Em números absolutos, a dianteira lulista foi de 43.250 votos. O ex-presidente também levou a melhor no primeiro turno, quando recebeu 49,58% dos votos válidos no estado, ante 42,80% de Bolsonaro.
Curiosamente, o atual presidente foi o mais votado em Manaus, a capital amazonense. Mas Lula terminou a disputa à frente em 58 dos 62 municípios do estado. Em 11 cidades, o presidente eleito teve mais de 80% dos votos válidos. Foi o caso de Parintins, segundo maior colégio eleitoral do estado, onde Lula superou Bolsonaro por 82,56% a 17,44%.