Capacidade industrial europeia cai devido a cortes na importação de alumínio russo (Simon Dawson/Bloomberg)

Entidades empresariais da União Europeia (UE) lançaram uma carta conjunta nesta segunda-feira (24) condenando qualquer proibição de aquisição do alumínio da Rússia – segundo maior produtor mundial de alumínio depois da China – pelo risco de aniquilação da indústria de todo o bloco.

Em um pronunciamento enfático, as associações empresariais “solicitaram a intervenção urgente da Comissão Europeia e dos Estados-membros da UE contra ameaças de proibições, altas tarifas ou sanções ao alumínio russo que representam uma ameaça iminente e vital para a indústria europeia de alumínio”.

O comunicado assinado pela Federação dos Consumidores de Alumínio na Europa, a Associação Federal Alemã para o Desenvolvimento Econômico e Comércio Exterior, a Associação Italiana de Fornecedores de Fundição, a Associação Nacional Italiana de Aços, Metais, Sucata, Ferragens e a Associação Italiana de Fundição expressam que as sanções ao metal russo trariam um caos econômico. Em termos diretos, isso significaria, “como consequência direta, o fechamento de milhares de empresas e de dezenas de milhares de desempregados na Europa”.

Mesmo que o alumínio russo ainda não tenha sido sujeito a sanções, o governo dos Estados Unidos vem cogitando proibir suas importações pelos países ocidentais. Visivelmente a seu serviço, o London Metal Exchange, o maior centro comercial de metais do mundo, está pensando em retirá-lo do sistema, uma vez que os suprimentos russos equivalem a 10% do total de importações de alumínio dos EUA.

As pequenas empresas sofreriam o maior impacto de um embargo, que poderia resultar em “milhares de fechamento de empresas e dezenas de milhares de desempregados na Europa como consequência direta”, diz o comunicado.

“NÃO HÁ NADA DE BOM EM ISOLAR A RÚSSIA”

A mesma avaliação empresarial foi compartilhada nesta terça-feira (25) pelo primeiro-ministro norueguês Jonas Gahr Store, para quem é necessário estabelecer uma relação mais próxima com Moscou a fim de evitar uma quebradeira. “Não há nada de bom em isolar a Rússia. É alarmante que hoje tenhamos tão poucos contatos e comunicação direta com a Rússia”, declarou Store ao parlamento norueguês.

O primeiro-ministro norueguês enfatizou que a falta de diálogo compromete a possibilidade de se chegar a um acordo pacífico para a questão da Ucrânia, acrescentando que a atual situação política é a mais complexa desde a Segunda Guerra Mundial.

HOLANDA CONTORNA SANÇÕES

91 empresas holandesas foram isentas das proibições de negócios com a Rússia, por “razões humanitárias”, entre outras alegações, pelo Ministério das Relações Exteriores. O órgão não revelou os motivos específicos a cada empresa para as suspensões de sanções, nem o montante das transações ou quais os negócios envolvidos, alegando que elas foram concedidas “para permitir um grau de flexibilidade”. Conforme o MRE, mais informações seriam “sensível às empresas”, tendo sido concedidas e concebidas com os Ministérios de Assuntos Econômicos, Finanças, Infraestrutura e Educação.

Apesar da proibição da UE de embarcações que navegam sob a bandeira russa de portos europeus, o Ministério holandês de Infraestrutura e Gerenciamento de Águas emitiu isenções aos portos do país de 34 navios, informando que estavam transportando cargas de suma importância, como alimentos e alumínio.

O Ministério da Economia e Clima emitiu 25 licenças para empresas holandesas trabalharem por “razões humanitária” para a cooperação entre a Rússia e a UE em “questões civis” fazerem pagamentos para fins “diplomáticos” com antigas subsidiárias da Gazprom – a maior empresa de gás russa.

O Ministério das Finanças concedeu 13 isenções adicionais flexibilizando bens congelados que se enquadram nos oito pacotes de sanções adotadas contra a Rússia.

Papiro
(BL)