Queiroz, operador de rachadinha, não se elege deputado
A eleição deste ano não poupou alguns expoentes bolsonaristas, que tentavam se eleger a cargos legislativos no domingo (2).
É o caso do ex-PM Fabrício Queiroz, que se notabilizou como operador das “rachadinhas” (desvio de salários de funcionários) no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Queiroz se candidatou a deputado estadual pelo PTB, mas não convenceu os cariocas.
Com as urnas apuradas, o ex-policial militar e amigo de Jair Bolsonaro por três décadas não passou de 6.701 votos.
Estreante nas urnas, ele havia mandado produzir 10 000 santinhos (bottons colantes) e 100 acessórios de carros com sua imagem revelada ao lado do presidente.
Ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), quando ele era deputado estadual no Rio, Fabrício Queiroz chegou a ser preso em 2020 pela investigação das “rachadinhas” numa operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil de São Paulo.
A prisão foi em virtude da “movimentação atípica” de R$ 1,2 milhão de sua conta bancária entre 2016 e 2017.
O advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef (PL), também fracassou na tentativa de ganhar uma vaga para a Câmara Federal. Foi na sua casa de Atibaia (SP) que Fabrício Queiroz foi preso e estava escondido. Wassef utilizou na campanha o apelido de “anjo” dado por Fabrício Queiroz. Com 100% das seções totalizadas, ele conseguiu apenas 3.628 votos.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PTB), que tornou-se aliado de Bolsonaro após ficar preso por corrupção, foi outro fiasco de urna na disputa à Câmara. Ele teve apenas 5.044 votos, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Eduardo Cunha ficou na 383ª posição. São 70 cadeiras de deputado federal em São Paulo.
Há, ainda, aqueles que buscaram colar sua imagem na do presidente sem sucesso, como a médica Nise Yamaguchi e a “capitã cloroquina”, Mayra Pinheiro (PL).
Entre outros notórios que se deram mal nas urnas estão Cel. Telhada, Fernando Holiday, Sérgio Camargo, Adriles, Felipe Folgosi e a ex-deputada federal Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson, impedido de candidatar a presidente pela Justiça Eleitoral.
O irmão de Michele Bolsonaro também foi derrotado no Distrito Federal.
O deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos, conhecido por ter hostilizado a jornalista Vera Magalhães após um debate para as eleições estaduais de São Paulo), também não conseguiu se eleger.
A lista de bolsonaristas que não conseguiram se eleger inclui também pessoas que romperam com o Bolsonaro. São os casos de Janaína Paschoal, Joice Hasselman, Alexandre Frota e dos irmãos Arthur e Abraham Weintraub.
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