São Paulo - Pessoas em situação de rua na Praça da Sé, região central.(Rovena Rosa/Agência Brasil)

O Produto Interno Bruto (PIB) durante o governo Bolsonaro será de um crescimento médio de 1,14%, ocupando a 18ª posição entre 24 países considerados “emergentes” e o 12º lugar entre 19 países da América Latina e do Caribe.

Os dados, divulgados pelo Estadão, mostram que entre 24 países considerados no estudo do MSCI Emerging Index, com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o desempenho do PIB do Brasil de 2019 a 2022 ocupa a 18ª posição nesse ranking, superando apenas o desempenho de Kuwait, México, República Tcheca, Catar, África do Sul e Tailândia.

Na comparação regional, com outras 19 nações da América Latina e Caribe, o Brasil onseguiu alcançar apenas a 12º posição, ficando atrás da Colômbia, Guatemala, Costa Rica, Belize, Nicarágua e Chile. A média de 1,14% do PIB nacional só superou a de Aruba, México, Dominica, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Argentina.

Todos os países passaram pela pandemia, enfrentam os desafios da guerra da Ucrânia, dos aumentos do preço do petróleo e de muitas matérias primas que dependem das partes em conflito, além das manipulações dos mercados, mas Bolsonaro faz campanha alardeando que a economia nacional está “bombando”.

A inflação dos alimentos está há sete meses superando o índice geral de inflação oficial. Até setembro, no acumulado de doze meses ela registra 11,71% de aumento acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, que ficou em 7,17%.

O Banco Central mantém um dos mais brutais apertos monetários que o país já passou. Com a Selic, taxa básica de juros da economia, em 13,75%, com previsão de alguma redução dela apenas a partir de julho de 2023, implodindo o consumo das famílias e o investimento das empresas.

Não há, nessas condições, qualquer perspectiva de melhoria do PIB por longo período. O próprio mercado financeiro que projeta 2,3% de crescimento este ano, certamente devido a injeção Auxílio Brasil, para 2023 projeta 0,5% do PIB, ou seja, quase zero.

O governo Bolsonaro fez explodir a fome no país com mais de 125,2 milhões de brasileiros com algum nível de insegurança alimentar, sendo que 33 milhões passam fome. Entre 2017-2018, eram 10,3 milhões de pessoas que viviam em domicílios com insegurança alimentar grave, segundo o IBGE.

O FMI projeta o desempenho do produto interno bruto de todos os países através da Perspectiva da Economia Global. O MSCI compara o desempenho da economia dos países em quatro anos, considerando o impacto da pandemia.

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(BL)