O PDT anunciou nesta terça-feira (4) que vai apoiar formalmente a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição 2022. Segundo o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, a decisão será seguida pelo ex-ministro Ciro Gomes, com a condição de que a campanha de Lula incorpore três propostas dos pedetistas:

  • Uma renda mínima superior ao valor do Auxílio Brasil;
  • A renegociação das dívidas dos brasileiros junto ao SPC (serviço de proteção ao crédito);
  • A ampliação da rede de escolas em tempo integral.

Ciro gravou um vídeo para ratificar a fala de Lupi. “Acompanho a decisão do meu partido, o PDT. Frente às circunstâncias, é a última saída”, disse o presidenciável pedetista. “Espero que essa decisão ajude a oxigenar, temporariamente que seja, a nossa democracia.”

A adesão do PDT à candidatura da coligação Brasil da Esperança foi deliberada em reunião da executiva nacional do partido, na manhã desta terça, em Brasília. “Tomamos uma decisão unânime, sem um voto contrário. Chamamos de candidatura do 12 + 1”, afirmou Lupi, em menção aos números dos dois partidos – o 12 do PDT e o 13 do PT.

Para o dirigente, derrotar o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), um “aspirante a ditador”, virou “causa nacional”. Segmentos do PDT – como os núcleos sindical e comunitário – já haviam antecipado essa posição. “Não admitimos nenhum pedetista ao lado de Bolsonaro”, reforçou Lupi.

No domingo (2), 3,6 milhões de eleitores votaram em Ciro, que terminou a corrida ao Planalto em quarto lugar, com 3,04% dos votos válidos. Em pronunciamento à imprensa, o presidenciável pediu “paciência” a seus apoiadores.

“Estou profundamente preocupado com o que está acontecendo com o Brasil. Eu nunca vi uma situação tão complexa, tão desafiadora, tão potencialmente ameaçadora sobre a nossa sorte como nação”, afirmou. “Me deem mais algumas horas para conversar com meus amigos, com meu partido, para que a gente possa achar o melhor caminho.”

Já na segunda, Lupi, em nome do PDT, iniciou tratativas com a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann. De acordo com ele, a conversa ajudou as negociações a avançarem. “Falei com Gleisi e disse que ela tinha que dar alguma sinalização que querem o nosso apoio. Assim que derem a sinalização, facilita a minha posição e a do Ciro”, relatou Lupi. “Ela disse há pouco, pelo WhatsApp, que já aceitou (as propostas feitas pelo PDT).”