Número de falências decretadas cresce 9% de janeiro a agosto
O número de falências decretadas, no acumulado de janeiro a agosto deste ano, aumentaram 9% em relação ao mesmo período de 2021. São 474 empresas que foram “ao chão” contra 435 no ano passado. O dado representa um aumento das falências decretadas no mesmo período em 2020, ou 467 delas (1,5%), segundo levantamento da Serasa Experian.
Com a economia estagnada, num cenário de juros e inflação elevados, a inadimplência explodiu em agosto, atingindo 6,2 milhões de empresas, contrariando a afirmação de Jair Bolsonaro de que a economia está “bombando”.
Segundo a Serasa, o avanço no volume de empresas inadimplentes tem sido o principal indicador dessa deterioração dos negócios, atingindo principalmente micro, pequenas e médias empresas – as que mais empregam no país. Por outro lado, 67 milhões de brasileiros estão inadimplentes, com a renda arrochada, milhões no trabalho precário ou vivendo de bico.
Do total das 474 empresas fechadas, 336 são micro e pequenas empresas; 110 médias empresas e 28 grandes empresas.
“Em agosto, eram 6,2 milhões de empresas com contas negativadas contra 5,8 milhões um ano antes, para um total de 22 milhões de CNPJs ativos no país. Mesmo que as falências até caiam, se esse número sobe, para nós é um sinal de alerta”, diz Luiz Rabi, economista da Serasa.
No Brasil, um por cento das empresas privadas são consideradas de médio porte, o que significa um universo de 67 mil negócios. Os números falam por si sobre a relevância da média empresa. Elas são responsáveis por 20% dos empregos e 25% da massa salarial interna. O aumento de falência das médias empresas no acumulado do ano até agosto em relação ao mesmo período do ano passado foi de 45% (de 76 para 110).
“Esse cenário deve continuar desta forma no ano que vem pelo quadro atual de incerteza econômica”, avaliou Laura Bumachar, advogada na área de recuperação judicial e arbitragem do escritório Dias Carneiro. “O atual ambiente de insegurança sobre a atividade econômica e o dinheiro caro, com a escalada da taxa Selic, não contribuem para se ter linhas competitivas ou para se a busca de sócios abertos a alguma parceria”, completou.
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