Na presidência, Bolsonaro mentiu ou distorceu fatos mais de 6 mil vezes
Um dos traços mais característicos do presidente Jair Bolsonaro (PL) é o apreço pela mentira descarada e pela manipulação dos fatos. Durante o último debate das eleições deste ano, realizado na noite desta sexta-feira (28), o ex-presidente Lula (PT) trouxe dados levantados por agências de checagem que demonstram o modo Bolsonaro de ser. Segundo a Aos Fatos, em 1.394 dias como ocupante do Palácio do Planalto, Bolsonaro deu 6.491 declarações falsas ou distorcidas, o que equivale a mais de quatro por dia.
Uma das afirmações inverídicas mais repetidas pelo presidente é a de que não há corrupção em seu governo, o que foi repetido ao menos 237 vezes. No entanto, há farto noticiário a demonstrar o oposto.
Para citar apenas dois casos emblemático no primeiro escalão: a prisão do então ministro da Educação, Milton Ribeiro, por envolvimento em esquema de liberação de verbas a pastores amigos e a investigação por exportação ilegal de madeira do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
E o próprio orçamento secreto pode ser colocado neste rol: segundo a ONG Transparência Internacional, o “Bolsolão” é o “maior processo de institucionalização da corrupção que se tem registro no país”
Entres mentiras favoritas de Bolsonaro, dita pelo menos 139 vezes, está a de que ele teria sido limitado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à tomada de medidas relativas à pandemia. Na verdade, o que o STF fez foi estabelecer que a União não poderia invadir as competências de municípios, de estados e do Distrito Federal. Por exemplo, o presidente não poderia interferir ou impedir que um estado estabelecesse medidas de restrição de circulação ou de lockdown.
A falsa criação do Pix pelo atual governo é outra mentira da lista das preferidas do mandatário. Embora tenha sido lançada em 2020, a modalidade de transferência bancária começou a ser estudada ainda em 2016.
Outra mentira adotada por Bolsonaro e usada propositadamente dezenas de vezes para colocar em dúvida o processo eleitoral são as supostas fraudes nas urnas. Ao longo de seu mandato e em especial com a proximidade do pleito presidencial, o mandatário fez diversas acusações infundadas e nunca apresentou nenhuma prova concreta de algum desvio que pudesse colocar em risco o processo utilizado.