Jornalista russa Daria Dugina, assassinada por ordem de Kiev (Reprodução Instagram)

Citando fontes dos serviços de inteligência dos EUA, o New York Times (NYT) divulgou na quarta-feira (5) detalhes exclusivos sobre o assassinato de Daria, filha do cientista político e filósofo russo Alexander Dugin, atestando que autoridades ucranianas estiveram envolvidas na explosão do carro em que a jovem viajava. O termo “serviços secretos de inteligência dos EUA” é uma forma anódina de nomear a CIA.

“As agências de inteligência dos EUA acreditam que parte do governo ucraniano autorizou a explosão de um carro-bomba perto de Moscou em agosto, que matou Daria Dugina, filha de um conhecido nacionalista russo, o que é parte de uma campanha secreta (para organizar tentativas de assassinato), que, temem as autoridades norte-americanas, pode levar a uma escalada do conflito”, diz o artigo.

O que é uma confirmação das conclusões das investigações dos federais russos (FSB) de que um grupo de perpetradores ligados aos serviços especiais da Ucrânia participou do assassinato da jornalista e ativista Daria Dugina.

Segundo os interlocutores do NYT, “os Estados Unidos não participaram da organização do assassinato, seja por meio do fornecimento de informações de inteligência ou de outra assistência”.

Quanto a Zelensky, os autores do artigo não sabem se o presidente Kelensky autorizou a operação – traduza-se, o atentado – ou quem exatamente em Kiev o organizou.

Oficiais americanos também asseveraram que “não sabiam dessa operação com antecedência” e que se “oporiam” ao assassinato se tivessem sido “consultados”, observa o artigo. Ainda de acordo com o NYT, “oficiais dos EUA posteriormente repreenderam os oficiais ucranianos sobre a execução”. Quando e em que nível isso aconteceu não é relatado.

Algumas autoridades americanas suspeitam que o verdadeiro alvo da operação era o pai de Dugina, o ultranacionalista russo Alexander Dugin, e que os agentes que a realizaram acreditavam que ele estaria no carro com sua filha, registra o artigo.

“Embora a Rússia não tenha respondido especificamente a este assassinato, os EUA estão preocupados que tais operações, embora de grande importância simbólica, não afetem diretamente a situação no campo de batalha e possam provocar Moscou a lançar seus próprios ataques contra altos funcionários ucranianos”, acrescentou o NYT.

O jornal assevera que, segundo seus interlocutores da CIA, perdão, dos serviços de inteligência dos EUA, “eles ficaram desapontados com a falta de franqueza por parte da Ucrânia em relação aos planos militares e operações secretas, especialmente em território russo”.

Em 20 de agosto, Daria e seu pai, Dugin, estavam retornando a Moscou após participarem do festival Tradição. A filha e o pai deveriam viajar no mesmo carro, mas Dugin acabou entrando em outro carro.

O carro com a jovem explodiu depois na estrada, diante de seu pai, e Daria foi morta. O Comitê de Investigação russo abriu um processo criminal sobre assassinato e descobriu que explosivos haviam sido colocados na parte inferior do carro e detonados à distância, e que a ucraniana Natalia Vovk, ligada ao Batalhão Azov, esteve envolvida no assassinato. O presidente russo, Vladimir Putin, concedeu postumamente a Daria Dugin a Ordem da Coragem.

Papiro