Participação chinesa nos títulos dos EUA cai por meses consecutivos (AFP)

No primeiro semestre de 2022, a China cortou US$ 100 bilhões em títulos do Tesouro dos EUA (treasuries) e, segundo o portal Nikkei Ásia, a tendência geral de queda do total de títulos do Tesouro dos EUA em posse da China mostra que Pequim quer reduzir a dependência do dólar, depois que Washington mostrou que pode congelar as reservas em dólar de outros países, como fez com a Rússia.

Citando dados oficiais, o veículo afirma que as participações do gigante asiático eram de US$ 970 bilhões no final de julho de 2022, uma queda de 9% em relação ao final do ano passado. A tendência de queda segue desde 2018.Em junho, foi registrado o menor patamar de participação da China na dívida norte-americana desde 2010.

Na análise do Nikkei Ásia, essa abordagem das autoridades chinesas poderia ser uma tentativa de proteger seus ativos das possíveis sanções que os EUA imporiam contra o país asiático em meio às crescentes tensões em torno de Taiwan, como aconteceu com as reservas da Rússia, quando mais de US$ 300 bilhões foram congelados após o início da operação militar na Ucrânia.

A desdolarização, que tem sido discutida abertamente em fóruns multilaterais, manifesta-se também no aumento da aquisição de ouro. Em agosto, as importações chinesas desse metal mais que dobraram, para US$ 10,36 bilhões, a maior soma desde 2017.

Papiro