Incêndio na ponte Kerch na Crimeia após explosão de caminhão que colapsou duas seções da parte rodoviária da construção. (Prensa Latina)

A explosão de um caminhão atingiu esta madrugada a ponte Kerch da Crimeia, que liga a península ao restante do território russo. O Comitê Nacional Antiterrorismo da Rússia disse que o incêndio foi causado por uma bomba detonada no caminhão e informou que em decorrência do incidente, duas seções da parte rodoviária da ponte colapsaram e que não houve danos ao arco sobre o trecho navegável.

As autoridades informaram que as equipes de bombeiros estão trabalhando no local para extinguir o incêndio.

“Um vagão-cisterna está em chamas em uma das seções. Ainda é cedo para falar sobre as causas e consequências. O trabalho está em andamento para extinguir o incêndio”, informou a administradora rodoviária de Taman, responsável pela parte rodoviária da ponte, e apontou que o tráfego rodoviário e ferroviário na ponte foi temporariamente suspenso.

As autoridades locais estão tomando medidas necessárias para garantir a travessia de balsa entre as duas margens do estreito de Kerch, bem como outros meios alternativos de conectar a península com a Rússia continental, disse a administradora.

A Ponte da Crimeia é uma estrutura colossal que possui 19 km de extensão, sendo a mais longa na Rússia. Duas vias, com duas pistas cada, fazem a conexão rodoviária entre Taman e a Crimeia. Já os trens circulam por duas vias ferroviárias paralelas.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, destacou que as declarações da Ucrânia sobre a explosão ocorrida na madrugada deste sábado revelam a “natureza terrorista” de seu regime.

“A reação do regime de Kiev à destruição da infraestrutura civil atesta sua natureza terrorista”, escreveu a porta-voz em seu canal Telegram.

O conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podoliak afirmou no Twitter que este seria “o começo”. Ele não fez nenhuma conexão direta com o incêndio da ponte da Crimeia, mas escreveu: “Tudo o que é ilegal deve ser destruído, tudo o que foi roubado deve ser devolvido à Ucrânia, tudo o que está ocupado pela Rússia deve ser expulso”.

O presidente Vladimir Putin ordenou uma investigação oficial sobre a causa do incêndio e ordenou criar uma comissão governamental com esse objetivo.

Os líderes da região de Krasnodar e da Crimeia, a Guarda Nacional, o Serviço Federal de Segurança (FSB) e o Ministério do Interior russo farão parte da comissão. O ministro dos Transportes, Vitali Saveliev, e o ministro das Situações de Emergência, Aleksandr Kurenkov, já viajaram para o local.

As autoridades locais informaram que os danos na ponte serão reparados imediatamente.

Em março de 2014, o presidente Vladimir Putin ordenou que o Ministério do Transporte construísse uma ponte no estreito de Kerch conectando a península da Crimeia à restante parte do território da Rússia e, desde então, o viaduto é alvo das Forças Armadas ucranianas, que não escondem seu desejo de atacar a estrutura.

Após anos de trabalho, em 2018, foi aberta a circulação rodoviária pela infraestrutura. Já a parte ferroviária foi inaugurada dois anos depois.

O projeto visou ligar por transportes terrestres a península russa da Crimeia com a península de Taman. Até a adesão dos territórios de Zaporozhia, Kherson e das repúblicas de Donetsk e Lugansk à Rússia, a Crimeia estava territorialmente isolada do restante do país. A construção da ponte era de extrema importância para seu abastecimento.

O presidente do Parlamento da Crimeia, Vladimir Kontantinov, afirmou que a explosão na ponte é obra de “vândalos ucranianos”. “Nos 23 anos em que eles (ucranianos) estiveram no comando (da península), não construíram nada importante na Crimeia, mas conseguiram danificar a ponte russa. Essa é a essência do regime de Kiev e do Estado ucraniano. Morte destruição é só o que eles fazem”, escreveu ele no Telegram, acrescentando que o dano “será prontamente restaurado, já que não é grave.

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