Bolsonarismo perde no RS com reeleição de Leite ao governo
Numa importante derrota para o bolsonarismo raiz, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) reverteu a desvantagem do primeiro turno e foi reeleito para conduzir o Rio Grande do Sul, um dos estados com maior favoritismo do atual presidente. Com 93% das urnas apuradas, o tucano teve 57%, contra 42% do ex-ministro de Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni (PL).
Esta é a primeira vez que o estado reelege um governador, ainda que Leite tenha renunciado para disputar a presidência. Os votos brancos totalizaram 2,92% e os nulos foram 3,86% até o momento.
Eleito em 2018, Eduardo Leite renunciou ao governo gaúcho no dia 31 de março de 2022, com o objetivo de disputar a presidência da República, mesmo após a prévia do partido ter escolhido João Dória no final de 2021.
Após decisão da cúpula tucana de apoiar a senadora Simone Tebet (MDB-MS) para a presidência, Leite foi oficializado candidato ao Piratini no final de julho.
No primeiro turno, Leite obteve 26,81% dos votos, contra 37,50% de Onyx; o deputado estadual Edegar Pretto, do PT, encostou em Leite e por pouco não foi ao segundo turno, com 26,77% dos votos.
No segundo turno, apesar da neutralidade do tucano em nível nacional, o PT-RS recomendou “voto crítico” em Leite. “Entendemos que todos os democratas devem ter como compromisso primeiro a defesa da Democracia e o combate às candidaturas que representam o atraso bolsonarista”, dizia nota do partido.
Nas últimas semanas, Onyx protagonizou episódios que contaminaram sua imagem. Em um deles, o bolsonarista, questionado por Leite em debate sobre sua proposta com relação ao Regime de Recuperação Fiscal, tergiversou de maneira infantil e virou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais no país.
O ex-ministro de Bolsonaro também fez uma insinuação homofóbica contra Leite, dizendo que com ele, Onyx, o RS teria “uma primeira dama de verdade”, além de ter virado as costas ao ex-governador em outro debate quando Leite foi cumprimentá-lo. No último debate, realizado na quinta-feira (27), o envolvimento do ex-ministro com caixa 2 em eleições passadas foi um dos principais temas abordados, assim como o fato de Onyx ter defendido que não se vacinou porque já teria sido contaminado pela Covid-19.