Foto: Agência Brasil

Uma economia em crise significa menos empregos e salários mais baixos. Dados do Ministério do Trabalho e Previdência apurados pelo UOL mostram que 92,44% das vagas de trabalho criadas no Brasil entre janeiro e setembro deste ano remuneram os trabalhadores em até 2 salários mínimos mensais, ou seja, até R$ 2.424.

Ainda segundo o levantamento, o salário base médio de contratação no período foi de R$ 1.949,84 – valor que vem sistematicamente caindo, já que em janeiro de 2020 era de R$ 2.115,82.

O salário mínimo sem reajuste acima da inflação durante os quatro anos de governo Bolsonaro e a crise econômica empurram os salários para baixo.

Com a inflação nas alturas e a população cada vez mais endividada, ganhar dois salários mínimos nos dias atuais significa ter que comprometer mais de 30% de sua renda mensal para comprar uma cesta básica. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas), o conjunto de alimentos básicos para o sustento de uma família gira em torno de R$ 700 na maior parte das capitais pesquisadas.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em setembro de 2022, 58,10% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, pouco menos do que em agosto, quando precisou usar 58,54%. Em setembro de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 56,53%, segundo a pesquisa do Dieese. Sobra muito pouco para o resto das despesas com aluguel, remédios, transporte, e com lazer.

E Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes propõem reduzir ainda mais os salários, conforme “estudo” que vazou do Ministério da Economia na semana passada. Bolsonaro, caso eleito, deixaria de reajustar o salário mínimo de acordo com a inflação deixando à mingua milhões de trabalhadores e de aposentados que já estão com a renda ultra arrochada pela carestia.

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(BL)